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30 March 2024 18h00

A história do navio que deitou abaixo a ponte de Baltimore

A embarcação Dali - que embateu na terça-feira contra um pilar da ponte Francis Scott Key e fez desabar a infraestrutura - tem um passado conturbado, com pelo menos uma colisão anterior e problemas de propulsão.

O Dali, que navega com a bandeira de Singapura, está ao serviço da Maersk e tem cerca de 4.900 contentores a bordo. A gestora da embarcação, Synergy Marine Group, explicou que não havia indicações de feridos entre a tripulação. Já na ponte estariam trabalhadores e viaturas, tendo sido cerca de 20 as pessoas que caíram à água - e apenas duas foram resgatadas com vida.

Entre as mazelas passadas, o cargueiro bateu, em 2016, contra um muro de pedra no porto de Antuérpia durante as manobras de desatraque. O navio, que foi construído em 2015, sofreu alguns danos, mas manteve-se à tona e foi depois reparado.

Mais recentemente foram levantadas questões mecânicas. Em junho do ano passado, uma inspeção de rotina em San Antonio, no Chile, detetou problemas relacionados com alguns dos medidores e termómetros ligados à propulsão e à maquinaria auxiliar, de acordo com os dados consultados pela Bloomberg. No entanto, os problemas não justificaram a detenção do navio.

No final do ano passado, houve uma nova inspeção, desta feita pela Guarda Costeira norte-americana, na qual não foram detetados quaisquer problemas.

Esta terça-feira uma ponte em Baltimore no estado de Maryland, nos Estados Unidos, colapsou durante a madrugada, depois de um embate do cargueiro Dali que saía do Porto de Baltimore - um dos mais importantes da costa leste dos Estados Unidos. 



É provável que o colapso da ponte, aberta em março de 1977, cause enormes perturbações - tanto para o transporte marítimo num dos portos mais movimentados da costa leste dos EUA como nas estradas - uma vez que foi cortada uma das mais importantes ligações na principal autoestrada que circunda Baltimore.

Este porto, no estado de Maryland, é o mais movimentado do país para o transporte de carros e importa e exporta para marcas como a Nissan, Toyota, General Motors, Volvo, Jaguar, Land Rover, Volkswagen, bem como Audi, Lamborghini e Bentley.

O colapso interrompeu indefinidamente o fluxo de navios que entram e saem de Baltimore, e é esperado que afete a economia local, sobrecarregue as cadeias de abastecimento e dificulte as entregas ao longo da costa leste.