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20 September 2024 17h34

"A incerteza que se avizinha ainda é profunda", alerta a presidente do BCE

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, alertou esta sexta-feira que os tempos de que se avizinham são de "incerteza profunda", incluindo na transmissão da política monetária e apelou a um novo conceito de "estabilidade" que se abstenha de rigidez, e portanto acompanhada de flexibilidade para a hora em que os bancos centrais têm que agir. 

"A nossa política determinada conseguiu manter as expectativas sobre a inflação e prevê-se que a inflação regresse [à meta dos] 2% no segundo semestre do próximo ano. Tendo em conta a dimensão do choque inflacionista, esta correção é notável", começou por dizer Lagarde, durante o seu discurso no âmbito de um evento organizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington. 

Ainda assim, "a incerteza que se avizinha ainda é profunda", alertou, acrescentando que "a economia está a passar por mudanças transformadoras, sendo necessário analisar e compreender o seu impacto", acrescentou a presidente do BCE. Entre estas mudanças estão "as alterações climáticas e o envelhecimento das sociedades", algo novo na História, assim como o progresso tecnológico, uma das mudanças, que na ótica de Lagarde "se assemelham às que aconteceram há um século". 

E esta incerteza já se transportou para a política monetária. "A eficácia da política monetária está intrinsecamente ligada à evolução da economia" e "nos últimos anos, a incerteza quanto à transmissão da política económica tem sido particularmente acentuada", salientou a francesa. 

E o que pode dizer o passado sobre como podem os bancos centrais reagir a estas mudanças? "A principal lição para os bancos centrais foi que o paradigma dominante não era robusto em tempos de profundas mudanças estruturais", sublinhou Lagarde, tendo recordado que foi  "esta constatação que levou ao aparecimento, algumas décadas mais tarde, de estratégias modernas de política monetária, centradas na estabilidade dos preços e em estratégias de flexibilidade" da política monetária. 

Assim, "o desafio que enfrentamos não tem a ver com os nossos objectivos, que se revelaram bem sucedidos, ou com os nossos instrumentos, que são suficientemente flexíveis", rematou a líder do BCE. 

(Notícia em atualização).