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António Vitorino: ?União Europeia vai ter de repensar modelo com o alargamento do bloco?
António Vitorino não tem dúvidas que o alargamento da União Europeia (UE) é "inevitável". Mas alerta que "isso vai exigir alterações radicais do funcionamento" da organização europeia e com eleições à porta, pode haver alterações importantes.
"Não sabemos qual vai ser o perfil desta União Europeia depois das eleições agendadas para junho", começou por destacar o antigo comissário europeu no congresso da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) que está a decorrer na Madeira. Sobre o tema das eleições europeias, lembrou que Ursula von der Leyen já anunciou que se vai recandidatar à presidência, "o que acho muito bem". "Há que reconhecer que nestes últimos anos a UE teve de tomar mais decisões críticas do que na crise financeira", sustentou, destacando as decisões que tiveram de ser tomadas em resposta à guerra na Ucrânia.
Voltando ao tema sobre o aumento do bloco de países europeus, alertou que "temos de começar a pensar como a UE vai passar a ser uma entidade funcional nesse quadro de alargamento". "Este modelo da UE vai ter de ser repensado. É melhor pôr a massa cinzenta a funcionar para descobrir como", acrescentou o antigo diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações.
No ano passado, a Comissão Europeia recomendou a abertura de negociações de adesão à União Europeia com a Ucrânia e a Moldova, no âmbito da apresentação do relatório de avaliação dos países candidatos ao alargamento do bloco. Processos que como António Vitorino destacou são importantes, mas serão demorados.
"Apoiante frenético de Centeno"
Durante a sua intervenção no congresso da AHP, António Vitorino foi questionado por Maria Flor Pedroso sobre o seu nome ter sido sugerido por António Costa ao Presidente da República para ser o eventual substituto no cargo de primeiro-ministro no âmbito da investigação Influencer.
Após ter sido conhecida a investigação, António Costa apresentou alguns nomes a Marcelo Rebelo de Sousa para eventuais substitutos na sequência da sua demissão, entre os quais o de Mário Centeno e António Vitorino.
Na altura, em novembro, quando foi confrontado com esta informação, Vitorino disse que ninguém lhe tinha falado sobre uma possível substituição de António Costa. Esta quinta-feira, instado a comentar novamente o caso, respondeu: "Se tivessem falado comigo, teria sido um frenético apoiante de Mário Centeno. Mas a história não se reescreve. Essa página está virada", concluiu.