"Tenho toda a consideração pelo professor Vítor Gaspar, conheço-o, é um homem bastante íntegro, honesto, trabalhador, competente nas suas matérias, mas às vezes, fora da realidade concreta", afirma ao Económico.
Em resposta à pergunta se o ministro das Finanças esgotou o seu papel, Bagão Félix responde: "Acho que está esgotado. Teve esta excelente, em parte, emissão da dívida, foi a um preço muito alto, mas era o preço que tínhamos de pagar para entrar no comboio, mas acho que errou demasiado e, neste momento, está desgastado."
Ainda assim, o conselheiro de Estado reconhece que Gaspar tem "uma notoriedade e confiança muito forte desde o ministro das Finanças alemão, até às entidades europeias e os nossos credores principais", embora "internamente já não é assim".
Bagão considera também que os problemas na coligação têm por base uma relação difícil do ministro das Finanças e outros membros do Governo. Como Paulo Portas? "Exactamente."
Apesar da cautela com as palavras, o ex-governante, critica duramente o Executivo de Passos Coelho em relação às propostas para mexer nas pensões: "O Governo está a mexer com a base da Democracia e do Estado de Direito."
