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Charles Michel sai mas cedo do Conselho Europeu
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciou este sábado que vai concorrer às eleições europeias de junho, o que o obriga a abandonar precocemente as suas atuais funções, caso seja eleito.
Numa entrevista a três meios de comunicação social belgas, Michel disse no sábado que tenciona ser o candidato principal do seu partido liberal Movimento Reformista quando a UE for às urnas entre 6 e 9 de junho.
"Quero servir onde for útil e penso que posso ser útil a nível europeu", afirmou ao Le Soir, De Standaard e La Libre. Se for eleito, terá de se demitir antes de tomar posse como deputado europeu, a 16 de julho, disse também o antigo primeiro-ministro belga.
O mandato, o seu segundo de dois anos e meio, deveria acabar apenas a 30 de novembro.
Na mesma entrevista, Charles Michel afirmou que a Europa "está numa encruzilhada". "É preciso reforçar a legitimidade da democracia europeia".
O anúncio da saída antecipada de Charles Michel do cargo volta a abrir a discussão sobre a eventual ida de António Costa, primeiro-ministro português demissionário, para Bruxelas.
O cargo de presidente do Conselho Europeu tem sido um dos apontados como sendo do interesse de António Costa, antes de o governante ter sido confrontado com a Operação Influencer, que culminou na sua demissão e dissolução da Assembleia da República.
Costa afirmou no passado que não pretende ocupar cargos públicos enquanto não estiver resolvida investigação em curso no Supremo Tribunal de Justiça a propósito da Operação Influencer.
Contudo, o Expresso noticiou no final de dezembro que o procurador do Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça pediu aos colegas do Departamento Central de Investigação e Ação Penal elementos de prova sobre a Operação Influencer e, mais especificamente, indícios de que possa ter havido ou não interferência do primeiro-ministro, António Costa, no processo que levou ao licenciamento e construção de um centro de dados em Sines. O objetivo é acelerar o processo em torno do primeiro-ministro.