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China aumenta tarifas sobre o "brandy" e aponta a mira a veículos europeus em resposta a Bruxelas
As tensões comerciais entre Pequim e Bruxelas continuam a adensar-se. Depois da União Europeia ter aumentado as tarifas sobre os veículos elétricos chineses durante os próximos cinco anos – que podem chegar até aos 45% -, a China pondera agora responder na mesma moeda e está a estudar a hipótese de aumentar as tarifas sobre a importação de veículos a gasolina de grande cilindrada vindos do bloco europeu para o país.
O anúncio foi feito pelo Ministério do Comércio chinês, citado pela Bloomberg, momentos depois de se ter conhecido que o país vai obrigar as empresas que importem "brandy" europeu para China a pagarem uma caução de até 39% sobre o valor da encomenda. A medida entra em vigor na próxima sexta-feira, dia 11 de outubro, mas já está a ter impacto no setor europeu, com várias empresas a verem as suas ações a afundarem. Segundo as autoridades chinesas, o "brandy" europeu está a ser vendido na China a preços inferiores ao seu custo de produção, prejudicando os produtores locais que não conseguem competir com os valores praticados.
As medidas estão a ser encaradas como uma forma de Pequim exercer pressão sobre Bruxelas para encontrar alternativas às tarifas, numa altura em que as negociações entre as duas partes continuam. No entanto, e de acordo com uma declaração lançada pela Comissão Europeia, Bruxelas vai contestar a imposição de tarifas aduaneiras sobre o "brandy" europeu na Organização Mundial do Comércio. "Acreditamos que as medidas são infundadas e estamos determinados a defender a indústria da UE contra o abuso dos instrumentos de defesa do comércio", afirmou Olaf Gill, porta-voz da Comissão Europeia, numa declaração.
As tensões comerciais entre Pequim e Bruxelas têm-se intensificado nos últimos anos, mas as duas partes querem evitar ao máximo uma guerra comercial – especialmente numa altura em que as eleições norte-americanas se aproximam e trazem grande incerteza para o plano geopolítico mundial. Com uma grande exposição ao mercado chinês, a introdução de tarifas sobre carros e outros produtos europeus pode deixar os setores fragilizados, que já têm de lidar com um abrandamento do consumo na segunda maior economia do mundo.