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24 September 2023
11h25
Source:
Jornal de Negócios
China emprestou a Angola 42 mil milhões de euros desde o início do século
Energia e transportes foram os beneficiaram de empréstimos chineses a Angola, entre 2000 e 2022, num total de 45 mil milhões de dólares (42 mil milhões de euros), um quarto do montante concedido pela China a África neste período.
Os dados do Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, consultados este domingo pela Lusa, mostram que o maior empréstimo das últimas duas décadas destinou-se à petrolífera angolana Sonangol.
Angola contratualizou 258 empréstimos, somando 45 mil milhões de dólares, o que representa mais de um quarto (26,5%) do total emprestado pela China a África, tendo o mais recente sido atribuído no ano passado pela empresa estatal de defesa para a tecnologia aérea (CATIC).
Energia e transportes foram os setores que mais consumiram dinheiro chinês - 25,9 e 6,2 mil milhões de dólares, respetivamente - absorvendo mais de metade dos empréstimos.
Em anos mais recentes, as verbas foram afetas sobretudo aos setores da Defesa e Tecnologias da Comunicação.
Em 2021, foi assinado um acordo com o banco Export-Import da China (Chexim) para um projeto de segurança pública e vigilância anticrime, no valor de 79,7 milhões de dólares, e uma extensão do contrato de assistência técnica à Força Aérea com a CATIC, por 30,3 milhões de dólares.
No ano passado, a CATIC concedeu um novo empréstimo ao governo angolano no valor de 18,6 milhões de dólares para aquisição de equipamentos, bens e serviços militares para a Força Aérea.
O banco estatal chinês CHEXIM foi, desde 2000, dos principais financiadores do governo angolano através de empréstimos nas mais diversas áreas, mas foi o também estatal do Banco de Desenvolvimento da China (CDB) que concedeu a maior verba neste período, num contrato único de mil milhões de dólares atribuído em 2013 à Sonangol.
A base de dados não refere os fins a que se destinava o crédito para a petrolífera angolana, que é descrito apenas como "Sonangol Development".
Na área da energia outros empréstimos relevantes são os 838 milhões de dólares da central de ciclo combinado do Soyo, concedido em 2015 pelo ICBC (Banco Industrial e Comercial da China) e os projetos de eletrificação de Luanda (452 milhões de dólares concedidos pelo CDB) e do Zaire (405 milhões de dólares do ICBC e China Misheg), com contratos assinados em 2016 e 2018, respetivamente.
No setor dos transportes, os financiamentos mais caros foram o do porto do Caia (932 milhões de dólares em 2016), reabilitação de estrada Caxito-Nzeto (619 milhões de dólares em 2007) e estrada Nzeto-Soyo (509 milhões de dólares em 2015) e compra de 5.500 autocarros, todos via CHEXIM.
A base de dados CLA Database, iniciada em 2007, usa várias fontes para contabilizar os empréstimos chineses concedidos a África e estima que, entre 2000 e 2022, um total de 39 entidades financiadoras chinesas assinaram 1.243 empréstimos num total de 170 mil milhões de dólares (cerca de 160 mil milhões de euros) com 49 governos africanos e sete instituições regionais.
Esta base de dados apresenta apenas o valor dos empréstimos contratualizados, que não são equivalentes à divida total, já que contemplam apenas os contratos e não os desembolsos, reembolsos ou incumprimentos.
Os dados do Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, consultados este domingo pela Lusa, mostram que o maior empréstimo das últimas duas décadas destinou-se à petrolífera angolana Sonangol.
Angola contratualizou 258 empréstimos, somando 45 mil milhões de dólares, o que representa mais de um quarto (26,5%) do total emprestado pela China a África, tendo o mais recente sido atribuído no ano passado pela empresa estatal de defesa para a tecnologia aérea (CATIC).
Energia e transportes foram os setores que mais consumiram dinheiro chinês - 25,9 e 6,2 mil milhões de dólares, respetivamente - absorvendo mais de metade dos empréstimos.
Em anos mais recentes, as verbas foram afetas sobretudo aos setores da Defesa e Tecnologias da Comunicação.
Em 2021, foi assinado um acordo com o banco Export-Import da China (Chexim) para um projeto de segurança pública e vigilância anticrime, no valor de 79,7 milhões de dólares, e uma extensão do contrato de assistência técnica à Força Aérea com a CATIC, por 30,3 milhões de dólares.
No ano passado, a CATIC concedeu um novo empréstimo ao governo angolano no valor de 18,6 milhões de dólares para aquisição de equipamentos, bens e serviços militares para a Força Aérea.
O banco estatal chinês CHEXIM foi, desde 2000, dos principais financiadores do governo angolano através de empréstimos nas mais diversas áreas, mas foi o também estatal do Banco de Desenvolvimento da China (CDB) que concedeu a maior verba neste período, num contrato único de mil milhões de dólares atribuído em 2013 à Sonangol.
A base de dados não refere os fins a que se destinava o crédito para a petrolífera angolana, que é descrito apenas como "Sonangol Development".
Na área da energia outros empréstimos relevantes são os 838 milhões de dólares da central de ciclo combinado do Soyo, concedido em 2015 pelo ICBC (Banco Industrial e Comercial da China) e os projetos de eletrificação de Luanda (452 milhões de dólares concedidos pelo CDB) e do Zaire (405 milhões de dólares do ICBC e China Misheg), com contratos assinados em 2016 e 2018, respetivamente.
No setor dos transportes, os financiamentos mais caros foram o do porto do Caia (932 milhões de dólares em 2016), reabilitação de estrada Caxito-Nzeto (619 milhões de dólares em 2007) e estrada Nzeto-Soyo (509 milhões de dólares em 2015) e compra de 5.500 autocarros, todos via CHEXIM.
A base de dados CLA Database, iniciada em 2007, usa várias fontes para contabilizar os empréstimos chineses concedidos a África e estima que, entre 2000 e 2022, um total de 39 entidades financiadoras chinesas assinaram 1.243 empréstimos num total de 170 mil milhões de dólares (cerca de 160 mil milhões de euros) com 49 governos africanos e sete instituições regionais.
Esta base de dados apresenta apenas o valor dos empréstimos contratualizados, que não são equivalentes à divida total, já que contemplam apenas os contratos e não os desembolsos, reembolsos ou incumprimentos.