A proibição de vendas a descoberto que vigorou na sessão de quinta-feira para os títulos mais castigados no dia anterior foi levantada pela CMVM, que optou por não avançar com a prorrogação da medida, prevista pelo regulamento europeu sobre “short-selling”.
Segundo fonte oficial do regulador, "cessaram os fundamentos da proibição".
Recorde-se que a prorrogação se aplicou aos títulos que registaram uma desvalorização igual ou superior a 10% na sessão de quarta-feira. Foram eles o Banif (-14,13%), o BCP (-12,90%), o BES (-10,95%) e a Sonae Indústria (-10,36%).
O “short selling” é uma operação financeira que permite obter ganhos com a queda de um título. O investidor pede as acções emprestadas a outro, vendendo-as imediatamente no mercado. Depois de a cotação cair, compra as acções para saldar o empréstimo. A mais-valia resulta da diferença entre o preço da compra no mercado (mais baixo) e o preço da venda original (mais alto). A operação comporta riscos, já que a cotação pode não evoluir no sentido esperado.
Na sessão de ontem, para a qual vigorou a proibição, estes títulos registaram uma valorização significativa, com o BCP a somar 9,88%, o BES 11%, o Banif 10,13% e a Sonae Indústria 5,56%.
Os bancos estão hoje de novo em queda, embora ela não seja muito acentuada. O BCP recuava à pouco 1,12% para os 8,8 cêntimos por acção, o BES 1,65% para os 59,5 cêntimos por acção e o Banif 3,45% para os 8,4 cêntimos por acção. A Sonae Indústria é a única que se mantém em alta. Ganha 1,68% para 48,3 cêntimos.
