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DBRS alerta para eventuais atrasos do PRR por falta de estabilidade política no pós-eleições
A eventual incapacidade de formar um governo estável após as eleições do próximo dia 10 de março é vista como o maior risco pela DBRS, podendo pôr em causa a implementação do plano de recuperação e resiliência (PRR), alerta a agência de notação financeira numa nota divulgada esta segunda-feira, 16 de fevereiro.
"O risco mais tangível a curto prazo é um potencial atraso na implementação do plano de recuperação e resiliência (PRR) de Portugal, especialmente se a formação do governo se arrastar durante muito tempo ou se o próximo governo for de curta duração, desencadeando eleições antecipadas relativamente cedo", indicam os analistas da DBRS, uma das quatro grandes agências de notação financeira.
Na análise, a DBRS indica que, até agora, Portugal "alcançou 28% das metas e marcos e despendeu 17% dos fundos do PRR", alertando para o facto de "um período prolongado sem um governo em plenas funções poderia causar atrasos na execução das reformas previstas no plano".
A agência de notação financeira sublinha que a "absorção bem sucedida dos fundos da União Europeia (UE) é fundamental para que Portugal possa realizar investimentos a longo prazo e apoiar as empresas e as famílias numa altura em que o crescimento económico desacelera."
Sem alteração de política orçamental
Por outro lado, os analistas da DBRS não esperam alterações significativas das políticas de orientação orçamental e económica, independentemente de quem ganhe as eleições do próximo dia 10 de março.
"Esperamos que o empenho de Portugal numa política orçamental sólida e na redução da dívida pública se mantenha, independentemente de quem ganhar", lê-se na nota publicada esta segunda-feira. "Os principais partidos políticos, apesar das suas diferenças, concordam sobre a importância de continuar a reduzir o rácio da dívida pública do país dos seus elevados níveis e de respeitar as regras orçamentais acordadas a nível europeu", acrescenta.
Os analistas da DBRS lembram que nos programas eleitorais, a Aliança Democrática (AD) e o PS apontam para trajetórias semelhantes de redução da dívida pública para o período da legislatura, ou seja, até 2028. Já quanto à política orçamental, a AD prevê ligeiros excedentes, enquanto o PS pressupõe orçamentos nulos durante a próxima legislatura.
A DBRS nota ainda que o "cenário macroeconómico do AD é mais otimista nos últimos, refletindo muito provavelmente o pressuposto de que as reduções fiscais propostas estimularão o crescimento."