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14 December 2023 14h32

"Devemos baixar a guarda? Definitivamente, não", diz Lagarde

Apesar de rever em baixo a trajetória esperada para a inflação, com expetativa de que esta fique inclusivamente abaixo da meta de 2% em 2026, os governadores da Zona Euro ainda não discutiram descidas nas taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE), que se mantêm em pausa no final do ano.

Se a Reserva Federal já vê as descidas no horizonte, o BCE quer esperar para ver o arranque do próximo ano - em particular, os dados sobre ajustamento de salários e de preços - antes de pensar em sair do atual quadro de pausa indefinida com um nível de juros elevado.

"Devemos baixar a guarda? Definitivamente, não", indicou a presidente da instituição, Christine Lagarde, na conferência de imprensa após as decisões de política monetária desta quinta-feira.

O tema da descidas dos juros, assegurou, não foi sequer abordado no encontro. E havendo sinais positivos  - "Estamos claramente a assistir a uma forte transmissão", referiu Lagarde - estes são considerados ainda insuficientes para que os decisores do BCE afastem de vez os riscos de ressurgimento da inflação por efeitos de segunda ordem, ainda que estes estejam já diminuídos.

"Quando olhamos para todos as medidas da inflação subjacente, há um que está a diminuir um pouco, mas não muito. É a inflação doméstica, que se baseia largamente nos salários. Precisamos de mais dados. Precisamos de entender melhor o que acontece", justificou a presidente do BCE.

 

Nas várias medidas que o banco central acompanha também quanto a evolução de salários, as remunerações por trabalhador estavam já a abrandar nos dados das últimas contas nacionais trimestrais. Mas Lagarde indicou que será preciso perceber o que vai acontecer na atualização de salários em janeiro.