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Fórum para a Competitividade admite subida do PIB acima de 2%
Na nota de conjuntura de junho do gabinete de estudos do Fórum, antecipa-se um ligeiro abrandamento da economia no segundo trimestre face aos 0,8% de crescimento real do PIB em cadeia verificado nos primeiros três meses do ano. Ainda assim, a subida não deverá ser inferior a 0,5%, de acordo com o intervalo da previsão. A taxa de variação homóloga deverá situar-se entre os 1,9% e os 2,2%, indica a publicação.
O gabinete de estudos dirigido pelo economista Pedro Braz Teixeira admite que a segunda metade do ano "tem menores condições de melhoria". Apesar disso, "o primeiro semestre deverá terminar com um crescimento homólogo já próximo dos 2%, criando condições para uma variação anual acima daquele valor". Segundo o Fórum, "os consumidores terão antecipado parte dos benefícios das descidas de taxas de juro pelo BCE, ainda antes de estas se concretizarem".
Para a descida de expectativas quanto ao andamento do segundo semestre contará a incerteza associada à atuação do Banco Central Europeu ao longo dos próximos meses. Refere-se que "as condições para novos alívios monetários têm vindo a enfraquecer, pelo que o estímulo que se esperava desse lado deverá ser menor, quer em Portugal, quer no resto da Zona Euro".
Por outro lado, há ainda "uma elevada incerteza" sobre o Orçamento do Estado para 2025, com o Fórum para a Competitividade a antecipar "tensões políticas significativas, com potencial para ter um impacto visível sobre a economia".
"A proposta original até pode vir a ser aprovada na generalidade, para depois ser desfigurada na especialidade", refere a nota, lembrando que "neste orçamento regressam as regras orçamentais europeias, o que poderá constituir um travão importante à capacidade da oposição de adulterar a versão inicial". "No entanto, não é claro que existam os mecanismos institucionais suficientes para isso, e ainda menos que a sua aplicação seja eficaz", alerta.
O Fórum considera que isso "poderá colocar o governo num dilema muito difícil: ou aceita governar com um orçamento desvirtuado ou apresenta a demissão".
Somam-se a estes fatores, os riscos políticos da cena internacional, com França e Estados Unidos como preocupações centrais. O desfecho eleitoral em França poderá " gerar um parlamento com dificuldade em formar um governo ou com uma extrema-direita pouco cooperativa com a UE, podendo conduzir a uma paralisia comunitária". Já a possibilidade de eleição de Donald Trump em novembro arrisca trazer, por um lado,"o aprofundamento de um conflito comercial e, por outro, a redução do apoio à NATO e à Ucrânia, deixando uma fatura muito significativa nas mãos dos europeus".
Até dezembro, o Fórum perspetiva "sombras políticas extensas, que poderão arrefecer o desempenho económico de Portugal".