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16 June 2013 16h52

Governo diz que falta de compromisso dos sindicatos impediu nova data de exames

"O Governo lamenta que não tenha sido possível chegar a acordo com os sindicatos. O Governo fez todos os esforços nesse sentido. Chegámos a sugerir a possibilidade de recalendarizar os exames, de marcar para novas datas, desde que houvesse um compromisso dos sindicatos, no sentido que não fariam greve aos exames nessas outras datas", disse o ministro, em declarações à agência Lusa.
 
"Apesar de ter havido manifestações de abertura, em particular dos sindicatos da UGT de não haver uma escalada de greves, não houve esse compromisso", adiantou.
 
O colégio arbitral, que recusou a fixação de serviços mínimos para a greve de segunda-feira, tinha sugerido o adiamento dos exames do dia 17 para o dia 20, medida que o Ministério da Educação recusou.
 
"Para o Governo não basta alterar o exame de dia 17 para o dia 20, porque se esse exame fosse alterado, o que aliás decorre no fundo da impossibilidade dos sindicatos apresentarem um pré-aviso, a prova decorreria normalmente. Mas o problema é que não havia o compromisso dos sindicatos de que não fariam greve noutras datas de exame que estão previstas e isso no fundo manteria os estudantes numa situação de incerteza, de insegurança, de intranquilidade que é aquilo que o Governo quer evitar a todo o custo", explicou o ministro.
 
Vários milhares de professores de todo o país - cerca de 50 mil, segundo os sindicatos - participaram hoje numa manifestação em Lisboa para contestar as políticas do Governo.
 
A aplicação do regime de mobilidade especial aos professores, as distâncias a que podem ficar colocados e o aumento do horário de trabalho das 35 para as 40 horas semanais são os principais pontos que opõem os docentes ao Governo.
 
"Acho um pouco estranho este alarmismo que foi criado com base em duas propostas do Governo, que são propostas gerais para toda a administração pública, que não podem excluir certos sectores da administração pública", afirmou Poiares Maduro.
 
Por exemplo, segundo o governante, a proposta que visa o horário de trabalho não terá qualquer impacto no alargamento do horário lectivo dos professores.
 
"A partir do momento que não há um alargamento do seu horário lectivo, não vai haver nenhum impacto significativo, nenhuma alteração significativa nas condições e nos horários de trabalho dos professores", reforçou Poiares Maduro, frisando que muitos docentes já trabalham de facto mais de 40 horas semanais.
 
Sobre a greve de segunda-feira, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional sublinhou que o Governo "está a fazer todos os esforços", confiando que os exames "irão decorrer com toda a tranquilidade e com toda a normalidade".
 
Questionado sobre futuras iniciativas para ultrapassar o actual diferendo com os docentes, Poiares Maduro disse que o executivo irá manter a mesma postura: "Firmes nos princípios, flexíveis nos meios".
 
"Fomos firmes num aspecto fundamental que é assegurar a tranquilidade da época de exames para os estudantes e a previsibilidade dessa época de exames. [...] Quanto ao resto, temos toda a disponibilidade e temos manifestado isso para continuar a dialogar com os sindicatos para procurar reduzir ao máximo possível qualquer tipo de alarmismo que, do nosso ponto de vista, não é justificado", concluiu.