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01 December 2023
19h40
Source:
Jornal de Negócios
Marcelo aponta a renovação como o maior desafio da democracia
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que o maior desafio para a democracia é a sua renovação, alertando para o perigo de se estar a perder terreno internamente, comparando com outras democracias.
"A democracia tem que se construir todos os dias" e quando esse "desafio diário" não é cumprido "está-se a perder terreno internamente comparativamente a outras democracias", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Em Óbidos, onde presidiu às comemorações dos 50 anos da reunião conspirativa realizada pelo Movimento dos Capitães naquela vila, o presidente vincou a necessidade de renovação da democracia, lamentando que embora os jovens sejam muito participativos nas áreas culturais, ambientais e sociais, "infelizmente [não o são] em centros de decisão política, ou administrativa ou económica, como no futuro se espera que sejam".
Lembrando ter aos 20 anos "votado uma Constituição", o Presidente criticou que atualmente haja cargos decisórios vedados a pessoas por serem consideradas "muito novas", e admitiu como "uma hipótese bastante plausível" convidar um jovem para o Conselho de Estado "se houver essa oportunidade".
"Não podemos deixar envelhecer a democracia" sublinhou, apontando como "crucial" o papel "da mulher, dos jovens e dos imigrantes, que são 700 mil, vários com dupla nacionalidade e praticamente não há nenhum, ou há muito poucos em posições políticas e administrativas importantes".
O Presidente da República falava em Óbidos, à margem da comemoração dos 50 anos da reunião de Óbidos, promovida pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.
Na cerimónia, o chefe de Estado já tinha defendido que "as democracias têm que ser repensadas" e que a sua riqueza "é a insatisfação, a noção da imperfeição da democracia, mesmo quando ela é mil vezes preferível à mais teoricamente perfeita das ditaduras".
As "desigualdades, as injustiças e a incapacidade de as instituições se adaptarem rapidamente" foram algumas das debilidades apontadas pelo chefe de Estado às democracias portuguesa, europeias e mesmo as "mais antigas do mundo", que "nos últimos anos tem revelado fragilidades patentes em comportamentos anti-democráticos".
E num mundo global, isso "reflete-se instantaneamente" nos outros países, disse, acrescentando "não é uma guerra deles, não é um golpe de Estado deles, não é uma crise financeira ou económica deles".
E por isso, vincou "as democracias têm que ser permanentemente corrigidas", para que não apareçam "ideias erradas sobre caminhos alternativos à democracia" a que "alguns chamam democracias liberais", mas que no entender do Presidente "não existem".
Uma democracia liberal "é uma ditadura disfarçada, encapotada", disse, considerando não haver "um terceiro termo entre democracia e ditadura".
No discurso o Presidente defendeu ainda que a renovação da democracia passa por uma maior abertura à participação dos mais jovens nos órgãos de decisão política e que o 25 de Abril tem que ser comemorado com "pedagogia, com memória", convertendo "o sonho do passado em sonho do presente, em sonho do futuro", concluiu.
"A democracia tem que se construir todos os dias" e quando esse "desafio diário" não é cumprido "está-se a perder terreno internamente comparativamente a outras democracias", disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Em Óbidos, onde presidiu às comemorações dos 50 anos da reunião conspirativa realizada pelo Movimento dos Capitães naquela vila, o presidente vincou a necessidade de renovação da democracia, lamentando que embora os jovens sejam muito participativos nas áreas culturais, ambientais e sociais, "infelizmente [não o são] em centros de decisão política, ou administrativa ou económica, como no futuro se espera que sejam".
Lembrando ter aos 20 anos "votado uma Constituição", o Presidente criticou que atualmente haja cargos decisórios vedados a pessoas por serem consideradas "muito novas", e admitiu como "uma hipótese bastante plausível" convidar um jovem para o Conselho de Estado "se houver essa oportunidade".
"Não podemos deixar envelhecer a democracia" sublinhou, apontando como "crucial" o papel "da mulher, dos jovens e dos imigrantes, que são 700 mil, vários com dupla nacionalidade e praticamente não há nenhum, ou há muito poucos em posições políticas e administrativas importantes".
O Presidente da República falava em Óbidos, à margem da comemoração dos 50 anos da reunião de Óbidos, promovida pela Comissão Comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril.
Na cerimónia, o chefe de Estado já tinha defendido que "as democracias têm que ser repensadas" e que a sua riqueza "é a insatisfação, a noção da imperfeição da democracia, mesmo quando ela é mil vezes preferível à mais teoricamente perfeita das ditaduras".
As "desigualdades, as injustiças e a incapacidade de as instituições se adaptarem rapidamente" foram algumas das debilidades apontadas pelo chefe de Estado às democracias portuguesa, europeias e mesmo as "mais antigas do mundo", que "nos últimos anos tem revelado fragilidades patentes em comportamentos anti-democráticos".
E num mundo global, isso "reflete-se instantaneamente" nos outros países, disse, acrescentando "não é uma guerra deles, não é um golpe de Estado deles, não é uma crise financeira ou económica deles".
E por isso, vincou "as democracias têm que ser permanentemente corrigidas", para que não apareçam "ideias erradas sobre caminhos alternativos à democracia" a que "alguns chamam democracias liberais", mas que no entender do Presidente "não existem".
Uma democracia liberal "é uma ditadura disfarçada, encapotada", disse, considerando não haver "um terceiro termo entre democracia e ditadura".
No discurso o Presidente defendeu ainda que a renovação da democracia passa por uma maior abertura à participação dos mais jovens nos órgãos de decisão política e que o 25 de Abril tem que ser comemorado com "pedagogia, com memória", convertendo "o sonho do passado em sonho do presente, em sonho do futuro", concluiu.