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01 October 2024 23h46

Médio Oriente: Netanyahu diz que iranianos cometeram "erro grave". Teerão alerta contra retaliação

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta terça-feira que o Irão "cometeu um erro grave" ao atacar o seu país e que "pagará o preço", estando Israel determinado em responsabilizar os seus inimigos.

"O regime iraniano não compreende a nossa determinação em nos defender e responsabilizar os nossos inimigos", frisou o governante, num discurso em vídeo.

"Há pessoas em Teerão que não compreendem isto. Vão compreender. Vamos cingir-nos ao que estabelecemos: quem quer que nos ataque, nós atacamos", garantiu Netanyahu.

Já o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, sublinhou na rede social X que "o Irão não aprendeu a lição".

"Quem ataca o Estado de Israel paga um preço elevado", frisou.

Israel solicitou hoje à noite uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência do ataque iraniano, com o seu embaixador no organismo, Danny Danon, a prometer responder ao ataque do Irão.

"O Irão vai sentir as consequências dos seus atos e vai ser doloroso", observou, depois de sublinhar que o Irão "mostrou ao mundo a sua verdadeira face: a de um Estado terrorista".

Antes, o Presidente iraniano, Massud Pezeshkian, tinha advertido Netanyahu para "não entrar em conflito" com o seu país, numa publicação no X.

"Esta é apenas uma parte do nosso poder", afirmou Pezeshkian, sublinhando que o ataque de hoje é "legítimo", como resposta às "agressões do regime sionista".

"Netanyahu deveria saber que o Irão não é beligerante, mas se opõe firmemente a qualquer ameaça", sublinhou Pezeshkian, que assumiu o cargo no final de julho, poucos meses depois de Teerão ter feito um outro ataque de grande escala com mísseis contra Israel.

A Guarda Revolucionária do Irão confirmou esta terça-feira o disparo de mísseis contra Israel em resposta aos assassínios dos líderes do Hamas, Ismail Haniyeh, e do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e de um general iraniano.

"Com o disparo de dezenas de mísseis balísticos, foram atingidos alvos no coração dos territórios ocupados", declarou o corpo militar de elite iraniano num comunicado, em que esclarece que a operação é uma resposta às mortes de Haniyeh e Nasrallah.

"Advertimos de que se o regime sionista responder militarmente a esta operação, será contra-atacado de forma mais pesada", acrescentou a Guarda Revolucionária iraniana.

A missão do Irão na ONU declarou, em comunicado, que o ataque foi uma "resposta legal, racional e legítima aos atos terroristas do regime sionista contra cidadãos e interesses iranianos e à violação da soberania da República Islâmica".

O Irão respondeu assim à morte de Haniyeh em Teerão, durante a tomada de posse do Presidente iraniano, no final de julho, e ao assassínio de Nasrallah e do general de brigada da Guarda Revolucionária Iraniana, Abbas Nilforushan, em bombardeamentos israelitas em Beirute, na passada sexta-feira.

Estão em curso intensas consultas no Conselho de Segurança para convocar uma reunião de emergência que o Irão também solicitou no sábado, após a vaga de ataques israelitas contra o sul do Líbano, mas a reunião não se realizou, noticiou a agência Efe.

Danon pretende que tal reunião do Conselho termine "com uma condenação clara e inequívoca do Irão", enquanto por outro lado criticou o secretário-geral, António Guterres, pela sua reação dececionante pouco depois de tomar conhecimento do ataque iraniano contra Israel.

"Na sua declaração, basicamente ignorou o agressor e apenas falou da escalada", quando recordou que neste caso um Estado-membro atacou outro Estado-membro com mísseis balísticos, o que não foi explicitamente condenado por Guterres.

O Irão lançou hoje cerca de 200 mísseis contra Israel. A Maior parte foi intercetada e apenas se resgistaram dois feridos ligeiros, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF), que já garantiu que vai coordenar com os israelitas a resposta a Teerão.

"Os Estados Unidos apoiam Israel totalmente, totalmente, totalmente", frisou o Presidente Joe Biden aos jornalistas, acrescentando que as discussões com Israel estavam "em curso", sobre como responder aos iranianos.