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15 May 2024 15h41

Montengro acusa PS de "recaída despesista" depois das eleições

"A verdade é que não temos uma situação de descontrolo orçamental mas também não temos o mar de rosas que por aí se andou a vender", resumiu o primeiro-ministro, na sua primeira intervenção no debate quinzenal, no Parlamento.

Luís Montenegro insistiu, no entanto, no que considerou ser uma "recaída despesista do PS agudizada no período que mediou entre as eleições e a posse do atual Governo".

"Se os cofres estavam cheios em janeiro, chegamos ao final de março com um défice de 259 milhões de euros. Se tínhamos 500 milhões de euros de dotação provisional do Ministério das Finanças em janeiro chegamos a março com metade desse valor", disse.

"A isso somou-se uma despesa extraordinária no primeiro trimestre de 1.080 milhões de euros, dos quais 946 [milhões] foram assumidos já depois das eleições do passado dia 10 de março. Vimos também serem publicadas 116 resoluções de Conselho de Ministros desde o dia 7 de novembro do ano passado das quais já identificámos 42 sem cabimentação da DGO num montante adicional de 1200 milhões de euros", prosseguiu.

"Esta recaída despesista do PS agudizada no período que mediou entre as eleições e a posse do atual governo quero aqui dizer: não falo dela para me queixar – embora tivesse razões para isso – mas falo sobretudo porque a verdade não pode e não deve ser escondida", acusou o primeiro-ministro.


Na resposta, o líder do maior partido da oposição, Pedro Nuno Santos, lamentou que o discurso sobre o "descalabro" das contas públicas tenha continuado. O secretário-geral do PS lembrou que a situação orçamental portuguesa foi validada pela Comissão Europeia e pelo Eurogrupo. 

"Não houve nenhuma narrativa sobre descalabro", afirmou depois Luís Montenegro. "Seria um descalabro se se mantivesse a trajetória ao longo do ano mas felizmente houve eleições, mudou o governo e as despesas extraordinárias pararam". 

Notícia em atualização