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OCDE vê mais risco para imobiliário e bancos da Zona Euro
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) mantém a recomendação para que o Banco Central Europeu (BCE) prossiga a política de aperto monetário – sobretudo, face a maior persistência nas pressões de preços -, mas alerta que os riscos para a estabilidade do sector financeiro da Zona Euro estão aumentar.
Numa nova análise à economia da Zona Euro e da União Europeia, publicada nesta quarta-feira, a organização dá conta de indicadores que apontam no sentido de as vulnerabilidades das economias do euro face às subidas de juros estarem a aumentar.
Nos dados analisados, a publicação da organização destaca que, apesar de as famílias e empresas do euro estarem a recorrer menos ao crédito, se tem assistido a uma subida no peso de novos créditos concedidos a taxa variável, cuja evolução depende das taxas fixadas pelo BCE.
Na Zona Euro, o peso do crédito a taxa variável nos empréstimos para a compra de habitação aumentou de 18% para 22% entre agosto do ano passado e maior deste ano, mostram os dados publicados. Áustria e Países Baixos são os países onde esta evolução foi mais marcada. Também Portugal, o quinto país com maior recurso às taxas indexadas à Euribor, assiste a uma subida nestes dados. As estatísticas publicadas pelo Banco de Portugal nos meses mais recentes, porém, apontam já para um maior recurso à taxa fixa.
A mesma tendência é observada no recurso ao financiamento por parte das empresas, com o peso do novo crédito a taxa variável na Zona Euro a passar de 63,6% para 65,8% no mesmo período.
"A maior proporção de empréstimos à habitação a taxa variável aponta para uma crescente exposição das famílias da Zona Euro à subida das taxas de juro", refere a publicação, que lembra que estas se deverão manter elevadas ainda durante bastante tempo.
Estes fatores podem pôr em causa a capacidade de as famílias amortizarem os créditos, ao mesmo tempo que uma eventual correção de preços na habitação – que, para já, não se verifica, apesar de os preços das casas terem iniciado uma descida no espaço do euro – obrigaria os bancos as reforçarem balanços face a perdas potenciais com uma desvalorização destes ativos.
A OCDE volta a apelar a uma monitorização cuidadosa dos desenvolvimentos no mercado imobiliário residencial nos países da moeda única. Inclusivamente com a recomendação para critérios mais restritivos no acesso a crédito à habitação, caso seja preciso. "Se necessário, estes riscos devem ser resolvidos com mais instrumentos macroprudenciais, tais como o aumento das reservas de capital e maior aperto das medidas (dirigidas aos tomadores de crédito à habitação), ao mesmo tempo que se evitam efeitos pró-cíclicos", defende.
A OCDE alerta ainda para o elevado endividamento das empresas da moeda única e para a subida nos números de insolvências declaradas. "Os níveis elevados de dívida das empresas ameaçam levar a uma onda de falências", avisa.
Segundo a organização, verifica-se já um aumento do número de falências, em parte devido à retoma da atividade dos tribunais no pós-pandemia e ao fim de alguns apoios de emergência. Está sobretudo a incidir no setor de serviços. Em particular, no alojamento e transportes.
Mas, a somar-se a esta situação, está o atual momento de juros altos e menor acesso a financiamento que têm aumentado os riscos também para o sector do imobiliário comercial "com potencial impacto sistémico no sistema financeiro e na economia real", avisa.
Estes fatores de risco para o imobiliário comercial são, segundo a OCDE, exacerbados com as tendências de maior recurso ao trabalho remoto, comércio electrónico e exigências maiores à construção devido às políticas da transição climática.