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29 May 2013 18h26

Portugal cai cinco posições no ranking mundial da competitividade

Portugal ocupa, em 2013, o 46º lugar no “ranking” do World Competitiveness Yearbook (WCY), um relatório anual do International Institute for Management Development (IMD), que mede o desempenho de 60 países a nível da competitividade.
 
A posição ocupada por Portugal no índice dos mais competitivos, que caiu em cinco lugares face a 2012, faz do País o segundo Estado com o pior desempenho nesta área da Zona Euro. Atrás de Portugal fica apenas a Grécia, que ocupa o 54º lugar.
 
“É uma posição relativa. Portugal tem indicadores bastante semelhantes aos do ano anterior, mas outros países tiveram um desempenho melhor e Portugal foi ultrapassado”, explicou Anne-France Borgeaud, economista sénior no WCY, ao Negócios.
 
No que concerne ao desempenho económico de Portugal entre as fragilidades do País, o IMD destaca a inexistência de crescimento económico, a fraca resiliência económica, a elevada taxa de desemprego, nomeadamente o elevado desemprego entre os jovens. No indicador da eficiência governamental os factores que mais prejudicam a competitividade portuguesa são os encargos fiscais, a elevada dívida pública e ainda a coesão social. No campo da eficiência empresarial o acesso ao crédito é a principal barreira à competitividade nacional.
 
Como aspectos positivos de Portugal, o IMD destaca as infra-estruturas, a mão-de-obra qualificada, as leis de imigração e as energias renováveis.
 
“Os rankings são baseados em quatro pilares principais. Um deles é o desempenho económico e, por comparação internacional, é possível verificar que Portugal não tem bons indicadores relativos à economia doméstica, nomeadamente o desemprego”, sublinha Anne-France Borgeaud.
 
Para a elaboração do relatório, o WCY faz um inquérito onde pede para que, de uma lista de 15, se seleccione os cinco indicadores mais atractivos da economia de um país. No caso de Portugal, “as infra-estruturas de confiança”, “a mão-de-obra qualificada” e o “custo da competitividade”são os factores mais atractivos. Já “o dinamismo da economia”, “o regime fiscal” e o “acesso ao crédito”, são os factores menos atractivos, com este último sem nenhuma percentagem de atractividade.
 
Para melhorar a competitividade, o IMD aponta como desafios ao País o “cumprimento” do programa de assistência financeira, “maior liquidez para o Estado e sector privado”, a “redução da taxa de desemprego e o aumento do salário mínimo”, bem como “um crescimento económico sustentável a longo prazo”.
 
Os menos competitivos da Zona Euro e a excepção
 
Os dados da universidade suíça revelam também que os países da Zona Euro que recorreram a programas de ajuda externa são os menos competitivos da zona comunitária, com excepção da Irlanda.
 
A Grécia é a nação da Zona Euro com pior desempenho ao nível da competitividade mundial, ocupando o 54º lugar. Ainda, assim, apesar do fraco desempenho, a nação helénica conseguiu subir quatro posições no “ranking”. Espanha não está muito melhor que Portugal e ocupa o 45º lugar do “ranking”, apenas uma posição acima do País.
 
“No Sul da Europa, Itália, Espanha, Portugal e Grécia estão a ficar para trás. Não diversificaram a indústria o suficiente nem controlaram a despesa pública e enfrentam agora programas de austeridade”, sublinha o relatório.
 
Já a Irlanda é o 17º país mais competitivo, o melhor desempenho entre os países sob programas de assistência financeira e dos melhores da Zona Euro. A beneficiar a competitividade irlandesa está o investimento internacional, a produtividade e a eficiência empresarial, a legislação comercial favorável e ainda atitudes e valores positivos. Em 2012, a Irlanda ocupava o 20º lugar no “ranking” da IMD.
 
“A reforma do sector público beneficiou a subida de posição, bem como as boas infra-estruturas do país, que é um factor muito importante a nível da atractividade internacional”, aponta a economista do WCY ao Negócios.
 
Embora não tenha recorrido a ajuda financeira internacional, a situação de Itália a nível de competitividade, quando comparada com Portugal ou Espanha, não é muito mais favorável. O país é, em 2013, a 44ª nação mais competitiva, o que, face a 2012, representa uma queda de quatro posições. As fracas infra-estruturas, as finanças públicas e a política orçamental são indicadores que prejudicam a competitividade italiana.  
  “Ranking” dos 10 países mais competitivos
1. Estados Unidos
2. Suíça
3. Hong Kong
4. Suécia
5. Singapura
6. Noruega
7. Canadá
8. Emirados Árabes Unidos
9. Alemanha
10. Qatar