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19 April 2013 20h16

Schäuble diz que Alemanha não sai do euro

No final da semana passada, num artigo escrito para o Project Syndicate, e posteriormente numa entrevista dada ao jornal espanhol “El País”, o célebre investidor George Soros dizia que a Alemanha tinha, neste momento, duas opções: aceitar as Eurobonds [obrigações europeias] ou sair do euro. Hoje, em resposta a esse repto, Wolfgang Schäuble disse – à margem da reunião do G-20 em Washington – que a Alemanha não sairá da união monetária. “Não o faremos”, declarou, citado pela Bloomberg.
 
Após a reunião do G-20, o ministro alemão das Finanças fez também outras declarações, nomeadamente que não serão de esperar elevadas taxas de crescimento nos próximos anos, dando como exemplo o facto de a Europa estar a “encolher” e de ter uma população em envelhecimento.
 
Schäuble sublinhou também que os bancos centrais de todo o mundo apenas poderão criar alguma margem de fôlego para os governos levarem a cabo políticas no sentido de recolocarem as suas economias numa via sustentável. Sobre os Estados Unidos, referiu que “Bernanke apenas poderá ganhar tempo, ele não pode resolver os problemas, em substância, da economia norte-americana”.
 
O responsável pela pasta das Finanças na Alemanha referiu ainda que existe um reconhecimento unânime no G-20 de que a Europa fez grandes progressos no sentido de estabilizar o euro e de que os mercados financeiros estão com “uma perspectiva menos nervosa e menos incerta” sobre a união monetária do que estavam há um ou dois anos.
 
“As reformas que acatámos e implementámos estão a ganhar impulso”, declarou Schäuble, citado pela Bloomberg. Na sua opinião, quando comparados com os primeiros receios que se sentiram na Alemanha em torno dos resgates, o voto de ontem sobre o Chipre e as extensões das maturidades para os empréstimos à Irlanda e Portugal “foram bastante mais descontraídos e seguros”.
 
Ainda sobre Portugal e Irlanda, o ministro alemão das Finanças sublinhou uma vez mais que ambos estão no bom caminho para regressarem aos mercados da dívida.