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Taxa de pobreza subiu entre quem tem ensino básico e ensino superior
A taxa de pobreza aumentou, em 2022, para quem não tem habilitações escolares acima do ensino básico, mas também para aqueles que frequentaram o ensino superior, indica nesta terça-feira o INE.
As conclusões resultam de uma análise detalhada dos dados do inquérito às condições de vida e rendimentos que em novembro passado deram conta de um aumento da taxa de pobreza para 17%. A informação é agora desagregada, para os maiores de 18 anos, segundo o nível de escolaridade e também a condição perante o mercado de trabalho.
De uma maneira geral, os dados confirmam piores condições de vida para as mais baixas escolaridades. Entre quem tem o ensino básico, a taxa de pobreza atingia 22,6% em 2022, ano de referência dos rendimentos avaliados neste último inquérito (o limiar de pobreza estava em 7.095 euros anuais).
Segundo o INE, a taxa de pobreza nesta grupo de população subiu face aos 22% calculados para o ano anterior.
Mas também entre quem tem uma licenciatura ou outro grau de nível superior se observou um aumento no indicador de pobreza. A taxa neste grupo, sendo bastante mais baixa, aumentou de 5,5% para 5,8%.
Já entre quem tem o ensino secundário e pós-secundário observou-se uma redução na taxa de pobreza, de 13,8% para 13,5%.
Na relação com o mercado de trabalho, são naturalmente os desempregados o grupo onde é mais elevado o risco de pobreza, que aumentou. A percentagem daqueles que viviam com rendimentos abaixo de 7.095 euros anuais atingia 46,7% em 2022 (43,4% um ano antes).
Também entre inativos (que não reformados) se registou uma subida, de 27,8% para 31,2%, assim como entre os reformados, grupo onde a taxa de pobreza aumentou de 14,9% para 15,4%.
Na população empregada, pelo contrário, observou-se uma ligeira diminuição na taxa de pobreza, de 10,3% para 10%.
Entre quem trabalha, porém, há bastantes variações. O INE distingue, desde logo, trabalhadores do setor público e privado, com as taxas de pobreza a serem mais elevadas neste segundo grupo (9,7%). Entre trabalhadores do setor público a taxa de pobreza atingia 3,9%.
A análise ao número de horas trabalhadas, sobretudo, parece a mais relevante nas diferenças verificadas. Entre part-timers (até 30 horas semanais) do sector privado a taxa de pobreza alcança 22,7%. Por comparação, no sector público a percentagem de trabalhadores a tempo parcial pobres é de 6,8%.