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15 May 2024 17h51

Vários dirigentes puseram o lugar à disposição. ?Nós é que não aproveitámos?, diz Montenegro

As mudanças de dirigentes de topo "vão continuar a acontecer" e só não foram em maior número porque o Governo terá recusado substituir vários dirigentes que colocaram o lugar à disposição, diz o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro respondia à deputada do Livre Isabel Mendes Lopes, que no debate quinzenal confrontou o Executivo com as saídas da provedora da Santa Casa da Misericórdia, Ana Jorge, do diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, do diretor nacional do PSP ou do presidente do conselho de administração do Museus e Monumentos. No Parlamento, a deputada considerou que a substituição por pessoas da confiança do Executivo gera "uma instabilidade da qual o país não precisa" e perguntou se "vamos assistir a mais demissões e exonerações nos próximos tempos".

Começando por contestar a ideia de que há uma "grande onda de demissões", o primeiro-ministro defendeu ainda que cinco saídas "dá uma por cada dez dias" desde a aprovação do programa do Governo.

"O termo comparativo", com o governo de António Costa, em 2015, "é o seguinte": "Houve 273 demissões de dirigentes sem concurso no prazo de três meses no início do mandato. Houve 28 nomeações em quinze dias. E seja na Segurança Social seja na Autoridade Tributária as mudanças foram às dezenas", atirou.

"As mudanças que aconteceram – foi a pergunta que me colocou – claro que vão continuar a acontecer. Mas estava à espera que eu viesse dizer o contrário?", respondeu o primeiro-ministro à deputada do Livre.

"Obviamente que com a mudança de Governo há muitos dirigentes da administração pública que tomam até a iniciativa de colocar o seu lugar à disposição. E vou-lhe dizer: houve vários. Nós é que não aproveitámos, no bom sentido do termo, entendemos que não era o momento de os substituir".

O primeiro-ministro acrescentou que há razões ponderosas para que os serviços continuem a funcionar, e disse que o período de transição "não é fácil".

Montenegro terminou a dizer que a AD não fará qualquer "purga" ou mudança "com critérios partidários". "Mas vamos fazer as mudanças que forem necessárias para que as políticas do Governo sejam bem executadas", disse.