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18 junho 2013 00h19

Acordo de comércio livre EUA-UE criaria 42 mil empregos em Portugal

Segundo estimativas publicadas ontem, no mesmo dia em que foi anunciado o início das negociações, esse acordo pode resultar numa descida de 0,76 pontos percentuais da taxa de desemprego e a criação de 42,5 mil postos de trabalho em Portugal.
 
As projecções foram realizadas pelo 'think tank' alemão Ifo e publicadas pela Fundação Bertelsmann, apresentando o impacto que o acordo teria para cada país envolvido, bem como para países terceiros. Segundo o estudo, se o acordo resultar numa "profunda liberalização" da relação comercial entre os dois países, o Ifo espera uma descida de 0,76 pontos da taxa de desemprego.
 
Entre os países da moeda única, apenas a Irlanda teria uma descida maior (0,84). Também há estimativas para as remunerações. Segundo o mesmo estudo, os salários reais cresceriam 4,03%. Novamente, apenas superado pela Irlanda (4,61%). Contudo, num cenário em que o acordo seja menos abrangente, os impactos serão muito menos significativos. A criação de emprego, por exemplo, ficará pelos 10,9 mil.
 
As negociações para firmar este acordo de comércio livre entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos terão início em Julho e o palco para a primeira reunião vai ser Washington. Barack Obama, Durão Barroso, Herman Van Rompuy e David Cameron aproveitaram uma conferência de imprensa durante a cimeira do G8, que decorre em Lough Erne na Irlanda do Norte, para fazerem o lançamento oficial das negociações.
 
Durante o anúncio, os líderes reconheceram que as negociações "não serão fáceis", mas mostraram-se confiantes num bom termo para as negociações. Caso o acordo se concretize vai produzir a maior zona comercial livre do mundo. Segundo Durão Barroso, o início das negociações vai ser "decisivo para a economia global", refere o "Wall Street Journal". Por seu lado, Barack Obama afirmou que a ideia do acordo foi "recebida calorosamente nos Estados Unidos" e que alcançar um bom fim para o projecto "vai ser uma prioridade pessoal e do Governo" norte-americano.
 
As intenções para a formação de um acordo foram conhecidas em Fevereiro, aquando do discurso anual de Barack Obama no Congresso norte-americano, mas o âmbito do acordo está a ser analisado desde Novembro de 2011.
 
Se o acordo for concluído com sucesso, a economia europeia deverá receber um estímulo equivalente a 0,5% do PIB. O mesmo crescimento é válido para os Estados Unidos, que em 2027 devem ver um ganho adicional de 0,4% no PIB. Traduzindo em números, o acordo deverá render 119 mil milhões de euros à Europa e 95 mil milhões aos Estados Unidos, de acordo com os cálculos já efectuados pela Comissão Europeia. Inúmeros postos de trabalho devem ainda ser criados de ambos os lados do Atlântico.