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07 fevereiro 2024 17h57

Alberto João Jardim defende congresso extraordinário do PSD/Madeira "já"

O ex-presidente do Governo da Madeira Alberto João Jardim defendeu esta quarta-feira que a estrutura regional do PSD deve convocar "já, com caráter extraordinário", um congresso do partido face à iminência de eleições após a renúncia de Miguel Albuquerque da presidência do executivo.

"Congresso PSD/Madeira deve ser convocado já, com caráter extraordinário", escreveu o histórico dirigente madeirense, na rede social X (antigo Twitter), destacando que "é necessário andar depressa face [à] iminência de eleições".

Na sua mensagem, Alberto João Jardim defendeu ainda que o partido precisa de "assentar, terminado o ciclo político do grupo 'renovação'" e de "eliminar os divisionismos e os estragos que o dito grupo produziu".

A exoneração de Miguel Albuquerque como presidente do Governo da Madeira, de coligação PSD/CDS-PP, foi publicada em Diário da República na segunda-feira, após ter sido constituído arguido no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção.

Após ter entregue o pedido de demissão ao representante da República, na segunda-feira, Miguel Albuquerque afirmou que vai manter-se como presidente do PSD/Madeira até à realização de um novo congresso, ainda sem data marcada, mas que não vai ocupar o lugar de deputado na Assembleia Legislativa Regional.

Na sequência da investigação a Albuquerque, Jardim tinha defendido, em 29 de janeiro, num espaço de comentário na RTP-Madeira, a realização de eleições antecipadas, considerando que "o PSD não pode dar qualquer imagem de ter receio do voto popular".

Posteriormente, em 02 de fevereiro, o histórico dirigente social-democrata, que liderou o executivo madeirense e a estrutura regional do PSD entre 1978 e 2015, reafirmou a defesa de eleições antecipadas no arquipélago e afirmou então que não falaria mais sobre a crise política que assola a região.

Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Miguel Albuquerque foi constituído arguido e foram detidos o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que renunciou entretanto ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.

A Madeira realizou eleições para a Assembleia Legislativa Regional em 24 de setembro, pelo que uma eventual dissolução pelo Presidente da República só poderá ocorrer depois de 24 de março, segundo a lei, que impede os parlamentos de serem dissolvidos durante seis meses após eleições.