Voltar
12 junho 2013 16h56

Ascensão e queda de Grillo?

Adele Gambaro, eleita pelo M5S para o Senado nas eleições de Fevereiro, é o mais recente rosto da discórdia que se instalou no seio do movimento liderado pelo comediante Beppe Grillo, acusado de asfixiar visões divergentes e de ser incapaz de formular propostas concretas para mudar a vida dos italianos.
 
"O problema do Movimento é Beppe Grillo", afirmou Gambaro, segundo a qual o presidente do M5S tem uma estratégia e um estilo de comunicação “insustentáveis”. Gambaro disse ainda que o ex-comediante deveria escrever menos no seu blogue e pensar mais em propostas concretas. Em resposta, Grillo convidou a senadora a abandonar o partido “o mais rapidamente possível."
 
Dois deputados, Alessandro Furnari e Giuliana Labriola, deixaram já nesta semana o grupo parlamentar do Movimento, elevando para cinco o número total de dissidências. Também eles acusaram Grillo de ser um misto de “inexperiência” e “exibição vulgar de ideias sem conteúdo”. Ainda nesta semana, Grillo escreveu que “o Parlamento poderia fechar amanhã e ninguém notaria". "É uma lata vazia de atum."
 
O Movimento é a principal força de oposição em Itália, detendo 107 dos 630 assentos do Parlamento e 53 dos 315 lugares de senadores.
 
O mal-estar agravou-se com as sucessivas derrotas nas eleições locais de Maio e de Junho, onde o M5S não conseguiu vencer em nenhuma das 564 cidades em que se apresentou a votos.
 
Os jornais italianos têm especulado sobre a possibilidade de cissão do Movimento, escrevendo que 30 a 40 deputados estarão dispostos a abandonar o Cinco Estrelas.