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?Baixos? preços do conhaque não justificam investigação formal da China, dizem franceses
No passado dia 5 de janeiro, a China abriu uma investigação "anti-dumping" a bebidas alcoólicas feitas na União Europeia, em resposta à averiguação levada a cabo pela União Europeia (UE) sobre subsídios a veículos elétricos chineses.
Esta ação parece visar principalmente a França, um dos maiores apoiantes da medida lançada inicialmente por Bruxelas.
Em contestação ao "ataque" de Pequim, os fabricantes de conhaque franceses reiteram que os alegados descontos nos preços são excecionalmente "baixos", o que não justifica uma investigação tão formal e que, para o Bureau National Interprofessionnel du Cognac (BNIC), representantes do setor, "levanta a questão do verdadeiro propósito do processo."
O BNIC escreve, em comunicado à Reuters, que o Ministério do Comércio da China decretou a verificação do alegado "dumping de brandy europeu" com base em reduções de preços de 15,88%.
"Este nível parece singularmente baixo em comparação com o que é geralmente aceite como justificação para uma investigação anti-dumping", afirmaram. E acrescentam que a ação vai reforçar que práticas comerciais praticadas pelos europeus "estão em total conformidade com as leis chinesas e internacionais".
A investigação surgiu de uma queixa da Associação Chinesa de Bebidas Alcoólicas, em nome da indústria nacional de conhaque, e que tem como alvo a bebida francesa, um produto de nicho na China, mas lucrativo para marcas como a Pernod Ricard e a Remy Cointreau, que, depois de anunciada a investigação, viram as ações diminuir em 5,6% e 12,5%, respetivamente.
Para a Pernod Ricard, a China corresponde a 10% das vendas do grupo e o conhaque, especificamente, é responsável por mais de metade dessas vendas.
Até novembro de 2023, a China importou 1,57 bilhões de dólares em bebidas espirituosas de vinho de uva, como o conhaque e, de acordo com dados da alfândega chinesa, a França é responsável por 99,8% das exportações de brandy da União Europeia.
O BNIC assegura que vai cooperar com as autoridades chinesas, mas acredita que a investigação está ligada a uma disputa comercial mais ampla e não ao mercado de bebidas alcoólicas.
Esta é mais uma medida que entra na lista das disputas comerciais em curso entre Pequim e Bruxelas, que têm aumentado ao longo do último ano. Ambos acusam o outro lado de concorrência desleal e protecionismo.