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10 setembro 2023
16h51
Fonte:
Jornal de Negócios
Biden assina acordo de parceria estratégica com o Vietname para combater a China
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder vietnamita, Nguyen Phu Trong, assinaram hoje um acordo que eleva a relação bilateral a parceria estratégica, um avanço no plano dos EUA para contrariar a influência da China.
"Este novo estatuto será uma força para a prosperidade e a segurança na região, uma das regiões mais importantes do mundo", anunciou Biden numa conferência de imprensa em Hanói, depois de se ter reunido com Nguyen Phu Trong, que é também secretário-geral do Partido Comunista do Vietname.
Biden enquadrou este reforço das relações com o Vietname como parte da rede de alianças que tem vindo a tecer desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, como a revitalização da aliança de defesa Quad e a criação em 2021 do pacto tripartido Aukus (acrónimo de Austrália, Reino Unido e Estados Unidos).
Na prática, o acordo visa impulsionar a produção de semicondutores no Vietname, que já se estabeleceu como um importante centro de produção regional e que algumas empresas americanas, como a Intel, veem como um destino de produção alternativo à China.
Biden considera que o fabrico de microprocessadores é uma questão fundamental para a economia e a segurança dos EUA, especialmente tendo em conta o grande domínio do mercado chinês e a possibilidade de as cadeias de abastecimento serem novamente perturbadas, como aconteceu durante a pandemia.
Além disso, o acordo consolida uma aproximação que vem sendo construída há anos e ancora no sistema vietnamita.
Segundo Jon Finer, um dos conselheiros de política externa de Biden, o acordo de hoje "vai além das palavras" e, num sistema como o do Vietname, "é um sinal para todo o governo e toda a sua burocracia sobre a profundidade da cooperação e do alinhamento" com Washington.
No entanto, a assinatura não significa que Hanói se torne um aliado inabalável de Washington, uma vez que o Vietname mantém uma política externa de equilíbrio entre as grandes potências, conhecida como "diplomacia do bambu", que ilustra a forma como o país asiático oscila para um lado ou para o outro, consoante as circunstâncias.
De facto, o Vietname tem um acordo de "parceria estratégica cooperativa abrangente" com a China desde 1988 e, em 2001, chegou a um acordo semelhante com a Rússia.
As relações entre o Vietname e os Estados Unidos foram historicamente mais difíceis, embora os dois países tenham normalizado as relações diplomáticas em 1994, deixando para trás a Guerra do Vietname (1955-1975), que opôs o governo comunista do Vietname do Norte, apoiado pela União Soviética, ao regime do Vietname do Sul, apoiado pelos Estados Unidos.
Além disso, em 2013, com Barack Obama como presidente dos EUA, os dois países assinaram um acordo de parceria abrangente, que impulsionou a cooperação em áreas como a saúde pública e a luta contra o crime transacional.
Este novo capítulo nas relações entre os EUA e o Vietname como parceiros estratégicos surge numa altura em que ambos os países vivem tensões crescentes com a China.
Biden acredita que a China é o maior concorrente dos Estados Unidos, enquanto o Vietname disputa com a China a soberania de dois arquipélagos no Mar da China Meridional, o que por vezes leva a incidentes entre barcos de pesca vietnamitas e barcos de patrulha chineses.
"Este novo estatuto será uma força para a prosperidade e a segurança na região, uma das regiões mais importantes do mundo", anunciou Biden numa conferência de imprensa em Hanói, depois de se ter reunido com Nguyen Phu Trong, que é também secretário-geral do Partido Comunista do Vietname.
Biden enquadrou este reforço das relações com o Vietname como parte da rede de alianças que tem vindo a tecer desde que chegou à Casa Branca, em janeiro de 2021, como a revitalização da aliança de defesa Quad e a criação em 2021 do pacto tripartido Aukus (acrónimo de Austrália, Reino Unido e Estados Unidos).
Na prática, o acordo visa impulsionar a produção de semicondutores no Vietname, que já se estabeleceu como um importante centro de produção regional e que algumas empresas americanas, como a Intel, veem como um destino de produção alternativo à China.
Biden considera que o fabrico de microprocessadores é uma questão fundamental para a economia e a segurança dos EUA, especialmente tendo em conta o grande domínio do mercado chinês e a possibilidade de as cadeias de abastecimento serem novamente perturbadas, como aconteceu durante a pandemia.
Além disso, o acordo consolida uma aproximação que vem sendo construída há anos e ancora no sistema vietnamita.
Segundo Jon Finer, um dos conselheiros de política externa de Biden, o acordo de hoje "vai além das palavras" e, num sistema como o do Vietname, "é um sinal para todo o governo e toda a sua burocracia sobre a profundidade da cooperação e do alinhamento" com Washington.
No entanto, a assinatura não significa que Hanói se torne um aliado inabalável de Washington, uma vez que o Vietname mantém uma política externa de equilíbrio entre as grandes potências, conhecida como "diplomacia do bambu", que ilustra a forma como o país asiático oscila para um lado ou para o outro, consoante as circunstâncias.
De facto, o Vietname tem um acordo de "parceria estratégica cooperativa abrangente" com a China desde 1988 e, em 2001, chegou a um acordo semelhante com a Rússia.
As relações entre o Vietname e os Estados Unidos foram historicamente mais difíceis, embora os dois países tenham normalizado as relações diplomáticas em 1994, deixando para trás a Guerra do Vietname (1955-1975), que opôs o governo comunista do Vietname do Norte, apoiado pela União Soviética, ao regime do Vietname do Sul, apoiado pelos Estados Unidos.
Além disso, em 2013, com Barack Obama como presidente dos EUA, os dois países assinaram um acordo de parceria abrangente, que impulsionou a cooperação em áreas como a saúde pública e a luta contra o crime transacional.
Este novo capítulo nas relações entre os EUA e o Vietname como parceiros estratégicos surge numa altura em que ambos os países vivem tensões crescentes com a China.
Biden acredita que a China é o maior concorrente dos Estados Unidos, enquanto o Vietname disputa com a China a soberania de dois arquipélagos no Mar da China Meridional, o que por vezes leva a incidentes entre barcos de pesca vietnamitas e barcos de patrulha chineses.