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08 fevereiro 2023 15h16

Bolsa turca suspende as negociações pela primeira vez em 24 anos

A bolsa turca decidiu esta quarta-feira suspender a negociação de ações e derivados, pela primeira vez desde 1999. A decisão surge depois de um "sell-off" no mercado acionista do país, na sequência do terramoto que assolou a Turquia, e que levou a uma perda de mais de 30 mil milhões de dólares (27,97 mil milhões de euros à taxa de câmbio atual).

 

"A nossa bolsa de valores decidiu suspender as negociações de ações, opções e futuros", pode ler-se no comunicado emitido pela entidade turca. A nota não refere nenhuma data para voltar a abrir as portas.

 

O "benchmark" acionista do país, o índice Borsa Istanbul 100, afundou 16% esta semana, perdendo cerca de 35 mil milhões de dólares (32,64 mil milhões de euros) do seu valor de mercado. O índice de referência entrou em "bear market" esta quarta-feira, depois de cair mais de 20% face à pontuação máxima alcançada em janeiro.

 

As perdas registadas desde segunda-feira representam o maior ciclo de três dias de quedas desde dezembro de 2021. Num acumulado semanal, é o pior desempenho desde a crise financeira de 2008.

 

Atualmente, o número de investidores sediados nas cidades atingidas pelo sismo são cerca de 380 mil, segundo as estatísticas do país, o que representa 10% do total de contas de "trading" do mercado acionista da Turquia.  

 

A última vez que as negociações foram suspensas, há 24 anos, foi também devido a um terramoto que abalou o centro industrial do país, perto de Istambul. Na altura a bolsa turca esteve fechada uma semana.

 

Um tremor de terra, com uma magnitude de 7,8 na escala de Richter atingiu esta segunda-feira a zona de fronteira entre a Turquia e a Síria. O abalo ocorreu às 04:17 (01:17 em Lisboa), a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

 

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), minutos após o primeiro sismo, outro abalo de 6,7 graus na escala de Richter foi registado a 9,9 quilómetros de profundidade. Os abalos foram sentidos também no Líbano e no Chipre, segundo correspondentes da agência France-Presse.