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09 abril 2024
15h00
Fonte:
Jornal de Negócios
CFP mantém pessimismo no PIB e afasta-se dos cenários de crescimento da AD
O Conselho de Finanças Públicas (CFP) mantém a previsão de que o crescimento da economia portuguesa vai abrandar para 1,6% este ano. A nova projeção, divulgada esta terça-feira já com um novo Governo eleito, vem confirmar a desaceleração prevista anteriormente e mostra que o CFP está menos otimista do que o Banco de Portugal (BdP) em relação ao crescimento do produto interno bruto (PIB) este ano.
"O CFP mantém as perspetivas de um abrandamento do crescimento económico [de 2,3%] para 1,6% em 2024, conforme apresentado (...) em setembro último, ainda que refletindo uma composição distinta", lê-se no relatório divulgado com as perspetivas económicas e orçamentais do CFP para 2024-2028, num cenário de políticas invariantes, ou seja, excluindo medidas que foram anunciadas mas que não foram legisladas ou quantificadas.
Esse cenário encontra-se, no entanto, "condicionado pelo clima de incerteza no plano internacional, em virtude da recrudescência das tensões geopolíticas à escala global e em particular, dos conflitos militares na Ucrânia e na Faixa de Gaza". Aliás, o impacto da guerra já levou a várias revisões em baixa das projeções económicas dos principais parceiros de Portugal, sobretudo na Zona Euro.
Esse abrandamento da atividade económica na Zona Euro pode, segundo o CFP, "penalizar o crescimento da procura externa dirigida à economia nacional". Num cenário de políticas invariantes, o CFP está já a antecipar que as exportações líquidas deem este ano um contributo negativo de -0,1 pontos percentuais para o PIB, quando no ano passado contribuíram em 0,8 pontos percentuais para o crescimento de 2,3% registado.
Face a isso, o CFP prevê que seja a procura interna a contribuir mais para o crescimento da economia este ano (1,7 pontos percentuais, mais três décimas do que no ano anterior). No entanto, alerta que as taxas de juro elevadas "deverão continuar a condicionar a procura interna, nomeadamente adiando decisões de investimento e consumo e promovendo uma maior poupança por parte das famílias por motivos de precaução".
Por outro lado, a expectativa de uma aceleração na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverá dar um impulso à atividade económica, assim como a aproximação da inflação nos 2%, o que "beneficiará o rendimento disponível real das famílias e, consequentemente, os seus níveis de consumo".
Assim, a previsão do CFP está em linha com o cenário macroeconómico que o novo Governo liderado por Luís Montenegro apresentou a eleições. Mas estimava que a Aliança Democrática estimava que a procura interna tivesse um contributo mais positivo do que aquele que o CFP está a prever agora (1,8 pontos percentuais) e uma queda maior no contributo da procura externa (-0,2 pontos percentuais).
Em comparação com a previsão do BdP, divulgada no final de março, a previsão do CFP e do novo Governo é 0,4 pontos percentuais mais pessimista na projeção de crescimento económico para este ano. Isso significa, para o CFP e para o novo Governo, o PIB deverá crescer menos mil milhões de euros do que prevê o BdP.
A entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral estima que, no próximo ano, a economia recupere fôlego e cresça 1,9%, seguindo-se uma recuperação mais significativa para 2,1% em 2025, que será igualada em 2026. Essa recuperação deverá ser explicada, segundo o CFP, por "uma forte aceleração" do investimento, devido ao PRR, e ao consumo privado real, que vão compensar a diminuição do contribuição das exportações líquidas.
"No médio prazo, o ritmo de crescimento da economia portuguesa deverá convergir para valores em torno de 2%, suportados por uma estabilização do contributo da procura interna em torno de 2,1 pontos percentuais e de uma recuperação no contributo das exportações líquidas, que ainda assim deverá permanecer negativo, próximo de -0,1 pontos percentuais", refere o CFP.
Já a Aliança Democrática, defendia, no cenário macroeconómico com que concorreu a eleições, que, avançando com medidas que tem programadas – e que não são consideradas nas previsões do CFP –, a economia portuguesa irá atingir "um aumento sustentado", atingindo 3,2% em 2028. No entanto, essa previsão é bastante superior à estimada pelo CFP.
Esse crescimento irá refletir, segundo o novo Governo, o impacto das reformas estruturais com que quer avançar, que visam atingir condições de efetiva liberdade económica, de forma a "alcançar uma economia mais flexível, mais concorrencial, com menos impostos e menores distorções".
Em relação à inflação, o CFP antecipa uma redução gradual, medida pela taxa de variação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), ao longo de todo o horizonte de projeção. A previsão aponta para uma desaceleração de 5,3% em 2023 para 2,6% em 2024 e para 1,9% "a partir de 2027".
"Esta evolução deverá refletir, por um lado, a contínua desaceleração no crescimento dos preços dos bens alimentares e, por outro lado, o impacto da transmissão da política monetária mais restritiva sobre a economia", explica.
Este ano, o CFP alerta que o processo de desaceleração da inflação em Portugal "deverá ser parcialmente mitigado pelo ressurgimento de pressões inflacionistas nos produtos energéticos, pelo efeito base decorrente da cessação da medida do IVA zero (em especial a partir de abril), assim como pelo abrandamento substancialmente mais lento do ritmo de crescimento da componente de serviços, que persiste em valores elevados".
"O CFP mantém as perspetivas de um abrandamento do crescimento económico [de 2,3%] para 1,6% em 2024, conforme apresentado (...) em setembro último, ainda que refletindo uma composição distinta", lê-se no relatório divulgado com as perspetivas económicas e orçamentais do CFP para 2024-2028, num cenário de políticas invariantes, ou seja, excluindo medidas que foram anunciadas mas que não foram legisladas ou quantificadas.
Esse cenário encontra-se, no entanto, "condicionado pelo clima de incerteza no plano internacional, em virtude da recrudescência das tensões geopolíticas à escala global e em particular, dos conflitos militares na Ucrânia e na Faixa de Gaza". Aliás, o impacto da guerra já levou a várias revisões em baixa das projeções económicas dos principais parceiros de Portugal, sobretudo na Zona Euro.
Esse abrandamento da atividade económica na Zona Euro pode, segundo o CFP, "penalizar o crescimento da procura externa dirigida à economia nacional". Num cenário de políticas invariantes, o CFP está já a antecipar que as exportações líquidas deem este ano um contributo negativo de -0,1 pontos percentuais para o PIB, quando no ano passado contribuíram em 0,8 pontos percentuais para o crescimento de 2,3% registado.
Face a isso, o CFP prevê que seja a procura interna a contribuir mais para o crescimento da economia este ano (1,7 pontos percentuais, mais três décimas do que no ano anterior). No entanto, alerta que as taxas de juro elevadas "deverão continuar a condicionar a procura interna, nomeadamente adiando decisões de investimento e consumo e promovendo uma maior poupança por parte das famílias por motivos de precaução".
Por outro lado, a expectativa de uma aceleração na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) deverá dar um impulso à atividade económica, assim como a aproximação da inflação nos 2%, o que "beneficiará o rendimento disponível real das famílias e, consequentemente, os seus níveis de consumo".
Assim, a previsão do CFP está em linha com o cenário macroeconómico que o novo Governo liderado por Luís Montenegro apresentou a eleições. Mas estimava que a Aliança Democrática estimava que a procura interna tivesse um contributo mais positivo do que aquele que o CFP está a prever agora (1,8 pontos percentuais) e uma queda maior no contributo da procura externa (-0,2 pontos percentuais).
Em comparação com a previsão do BdP, divulgada no final de março, a previsão do CFP e do novo Governo é 0,4 pontos percentuais mais pessimista na projeção de crescimento económico para este ano. Isso significa, para o CFP e para o novo Governo, o PIB deverá crescer menos mil milhões de euros do que prevê o BdP.
Sem choques adicionais, economia deverá crescer 2% no médio prazo
A entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral estima que, no próximo ano, a economia recupere fôlego e cresça 1,9%, seguindo-se uma recuperação mais significativa para 2,1% em 2025, que será igualada em 2026. Essa recuperação deverá ser explicada, segundo o CFP, por "uma forte aceleração" do investimento, devido ao PRR, e ao consumo privado real, que vão compensar a diminuição do contribuição das exportações líquidas.
"No médio prazo, o ritmo de crescimento da economia portuguesa deverá convergir para valores em torno de 2%, suportados por uma estabilização do contributo da procura interna em torno de 2,1 pontos percentuais e de uma recuperação no contributo das exportações líquidas, que ainda assim deverá permanecer negativo, próximo de -0,1 pontos percentuais", refere o CFP.
Já a Aliança Democrática, defendia, no cenário macroeconómico com que concorreu a eleições, que, avançando com medidas que tem programadas – e que não são consideradas nas previsões do CFP –, a economia portuguesa irá atingir "um aumento sustentado", atingindo 3,2% em 2028. No entanto, essa previsão é bastante superior à estimada pelo CFP.
Esse crescimento irá refletir, segundo o novo Governo, o impacto das reformas estruturais com que quer avançar, que visam atingir condições de efetiva liberdade económica, de forma a "alcançar uma economia mais flexível, mais concorrencial, com menos impostos e menores distorções".
Em relação à inflação, o CFP antecipa uma redução gradual, medida pela taxa de variação do Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), ao longo de todo o horizonte de projeção. A previsão aponta para uma desaceleração de 5,3% em 2023 para 2,6% em 2024 e para 1,9% "a partir de 2027".
"Esta evolução deverá refletir, por um lado, a contínua desaceleração no crescimento dos preços dos bens alimentares e, por outro lado, o impacto da transmissão da política monetária mais restritiva sobre a economia", explica.
Este ano, o CFP alerta que o processo de desaceleração da inflação em Portugal "deverá ser parcialmente mitigado pelo ressurgimento de pressões inflacionistas nos produtos energéticos, pelo efeito base decorrente da cessação da medida do IVA zero (em especial a partir de abril), assim como pelo abrandamento substancialmente mais lento do ritmo de crescimento da componente de serviços, que persiste em valores elevados".