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27 dezembro 2023 12h11

China impôs sanções a empresa norte-americana que denuncia trabalho forçado em Xinjiang

Pequim impôs sanções à Kharon, uma firma de análise de dados norte-americana, fundada por ex-funcionários do Tesouro, que monitoriza o cumprimento de direitos humanos em Xinjiang e providencia informações às empresas sobre o alegado uso de mão-de-obra forçada naquela região no noroeste da China para as ajudar a cumprir com as leis norte-americanas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês tinha advertido que iria tomar "contramedidas" contra a Kharon, sediada em Los Angeles, por fornecer "supostas provas para sanções ilegais dos EUA relacionadas com Xinjiang".

O anúncio chegou ao final do dia de terça-feira, com a diplomacia chinesa a fazer saber que os dois analistas principais da firma estão proibidos de entrar no país.

Os dois principais investigadores - o diretor de investigação Edmund Xu e Nicole Morgret, uma analista na área dos direitos humanos filiada no Centro para Estudos Avançados de Defesa - foram citados como os dois analistas que terão barrada a entrada na China, segundo um comunicado publicado por Mao Ning, porta-voz dos Negócios Estrangeiros da China.

Além disso, qualquer ativo ou propriedade detidos pela empresa ou pelos dois analistas em causa serão congelados, com organizações e particulares na China proibidos de fazer qualquer transação ou de cooperarem com eles.

O comunicado diz que as sanções surgem como retaliação pelo contributo da Kharon para os relatórios sobre direitos humanos no Xinjiang elaborados pela administração norte-americana.

A Kharon tem vindo a produzir relatórios apontando a existência de trabalho forçado de membros da minoria muçulmana uigure no Xinjiang, uma região estrategicamente importante e rica em recursos energéticos.