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China pondera injetar 127 mil milhões nos bancos
A China continua a avançar com medidas para impulsionar a economia. Depois de mexer nas taxas de juro e reduzir o rácio de reservas obrigatórias, está agora a equacionar injetar até 1 bilião de yuans (127 mil milhões de euros) nos seus maiores bancos. É o que avança a Bloomberg, citando fontes próximas do assunto que não quiseram ser identificadas.
A confirmar-se, esta seria a primeira injeção deste tipo desde a crise financeira de 2008. Apesar de os seis maiores bancos do país terem níveis de capital bem acima do exigido, instituições como o Banco Industrial e Comercial da China e o Banco da China debatem-se agora com reduzidas margem de lucro, quebras nas receitas e aumento do crédito mal parado.
No início da semana, o regulador bancário da China - a Administração Nacional de Regulamentação Financeira - disse que as autoridades pretendiam aumentar os fundos próprios de nível 1 dos seus seis principais bancos comerciais - mas não deram mais pormenores.
Xi Jinping pede "coragem" para ajudar economia
A notícia desta possível injeção nos bancos surge no mesmo dia em que o Partido Comunista Chinês se comprometeu a apoiar a economia privada, estabilizar o setor imobiliário e assegurar as despesas fiscais necessárias, durante um encontro entre os membros do Politburo.
"É necessário ajudar as empresas a ultrapassarem dificuldades", afirmou-se no comunicado, divulgado pela imprensa estatal, após o encontro entre a cúpula do poder na China.
A reunião de alto nível, presidida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, realizou-se depois de o banco central da China ter adotado uma série de medidas de estímulo na terça-feira.
"É necessário olhar para a atual situação económica de forma abrangente, objetiva e calma", afirmou o comunicado. "Temos que enfrentar as dificuldades, reforçar a confiança e aumentar efetivamente o sentido de responsabilidade e a urgência de fazer um bom trabalho económico", acrescentou.
Durante a reunião, Xi advertiu também contra a inércia dos quadros na luta pelo crescimento económico. "O grande número de membros do Partido e de quadros deve ter a coragem de assumir a responsabilidade e ousar inovar", afirmou.
Os dirigentes chineses reconheceram novos "obstáculos" para o crescimento da segunda maior economia mundial, mas destacaram que os "fundamentos da economia não mudaram", nomeadamente "um vasto mercado e um grande potencial".
"Ao mesmo tempo, surgiram novas situações e novos problemas" para a economia chinesa, lê-se no relatório sobre a reunião publicado pela agência noticiosa oficial Xinhua.
As autoridades chinesas comprometeram-se a reanimar o setor imobiliário do país, em resposta às "preocupações" expressas pelo público.
"Temos de dar resposta às preocupações das pessoas, ajustar as restrições à compra de casa, baixar as taxas de juro das hipotecas existentes (...) e promover a construção de um novo modelo de desenvolvimento imobiliário", lê-se no documento oficial.
Governo anuncia pacote de ajuda aos mais pobres
Hoje, o Governo anunciou também um "pacote de assistência em dinheiro" para pessoas em situação de pobreza extrema, órfãos e outros cidadãos necessitados, por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular, a 1 de outubro.
Uma declaração emitida pelos Ministérios dos Assuntos Civis e das Finanças indica que o subsídio só pode ser utilizado uma vez, mas não especifica o montante nem a forma de o obter.
"Pedimos aos departamentos locais dos assuntos civis e das finanças que atribuam grande importância à emissão deste subsídio de subsistência único. Devem reforçar a coordenação para uma implementação conscienciosa", de acordo com a nota.
De acordo com o Ministério dos Assuntos Civis, o "subsídio de subsistência único" deve ser atribuído antes de 01 de outubro, para "transmitir prontamente o amor e a preocupação do Partido Comunista (PCC) para com os necessitados".