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China reduz dependência alimentar dos EUA e prepara-se para nova guerra comercial
Quando o novo inquilino da Casa Branca tomar posse, a China estará bem mais preparada para absorver o embate das tarifas aduaneiras do que estava durante a última "guerra comercial" com os Estados Unidos. Desde 2018 que o país tem vindo a diversificar as suas cadeias de abastecimento, nomeadamente no que toca aos alimentos, de modo a evitar sofrer com o aumento de taxas.
Tanto Donald Trump como Kamala Harris têm uma postura protecionista em relação à China e deverão impor tarifas aos produtos chineses, mas Trump promete ser mais agressivo: anunciou taxas de 60% para todos os produtos importados da China.
De acordo com dados alfandegários chineses, citados pela Reuters, a quota de importações de soja dos EUA caiu de 40% em 2016 para 18% este ano, aumentando a quota de soja importada do Brasil, de 46% para 76%. No ano passado, o Brasil ultrapassou mesmo os EUA como principal fornecedor de milho.
Mas não foi só ao Brasil que Pequim passou a comprar mais: desde então têm aumentado as importações agrícolas da Argentina, Ucrânia e Austrália, com a própria produção doméstica chinesa a ser reforçada, diz a Reuters.
A China é o maior importador do mundo de produtos agrícolas como soja e milho - uma diminuição da dependência dos EUA dá a Pequim maior capacidade de retaliar contra futuras tarifas. A redução das importações destes produtos dos EUA começou em 2018, cerca de um ano após Donald Trump tomar posse e depois de o republicano ter imposto pesadas taxas sobre os produtos chineses. Nessa altura, a China retaliou com tarifas de 25% sobre a soja, carne de vaca e porco, trigo, milho e sorgo americanos.