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CIP diz que propõe aumento salarial "bem superior" ao da CGTP com 15.º mês voluntário e redução da TSU
O pagamento de um 15.º mês aos trabalhadores, que seria voluntário para as empresas, e o aumento de 14,75% nos salários, que depende de uma redução da taxa social única, traduzir-se-iam em aumentos salariais acima dos 20%, "bem superiores às reivindicações da mais radical das centrais sindicais", diz o presidente da CIP, Armindo Monteiro (na foto), em entrevista ao Público e à Rádio Renascença.
As quatro confederações patronais e as duas sindicais com assento em concertação social voltam esta segunda-feira a reunir-se com a Ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, para discutir o orçamento do Estado.
Embora tenha subscrito o documento conjunto da Conselho Nacional das Confederações Patronais, do qual faz parte, CIP tem insistido num conjunto de medidas próprias que apresentou a um conjunto de membros do Governo – uma iniciativa criticada pelo presidente do Conselho Económico e Social, segundo revelou o Expresso – e insiste nas suas propostas.
"O 15.º mês que queremos introduzir corresponde a um aumento de 6,6%, mas se tiver tributação já não é 6%, é 9%. O que estamos a dizer é que, sem tributação, as empresas podem fazer estes aumentos. E se juntarmos os 6,6% com os 14,75% temos um aumento superior a 20% e isto é notável", diz o presidente da CIP. É "superior à mais radical das centrais sindicais, estou a referir-me à CGTP.
Já Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, que reivindica aumentos de 15% este no, diz em entrevista ao Eco que a proposta do 15.º mês "mostra que as empresas têm possibilidade" de aumentar salários.
Os 14,75% referidos pelo presidente da CIP resultam de uma segunda proposta que prevê que se "teste" em 2024 e 2025 "uma medida extraordinária de liquidez para as famílias pelo incremento salarial de 14,75% nos salários e pela redução da TSU".
Isto traduzir-se-ia num "aumento de 4,75% na liquidez sendo os restantes 10% incluídos num plano pessoal de reforma". Na entrevista, Armindo Monteiro afasta a ideia de um incentivo a fundos privados, ao dizer que o objetivo é reforçar de forma obrigatória o Regime Público de Capitalização, gerido pelo Estado
Armindo Monteiro diz que acredita que o adiamento, pelo Governo, da reunião marcada com a CIP na sexta-feira, "foi apenas uma questão de agenda", e diz que as propostas não são apenas para o orçamento, mas para um horizonte de cinco a dez anos.
"Nada temos a obstar às medidas do Conselho, exceto a redução da Taxa Social Única (TSU) em um ponto percentual, porque temos outra que conflitua com essa", diz Armindo Monteiro.