Voltar
14 junho 2013 17h32

Corte da despesa pública leva FMI a baixar previsão de crescimento dos EUA em 2014

O Fundo Monetário Internacional divulgou esta sexta-feira o relatório conhecido como Artigo IV, onde tece considerações sobre a economia norte-americana. No documento, a entidade de Washington antevê que a economia dos Estados Unidos se expanda 2,7% em 2014, uma redução de três décimas percentuais do que tinha inicialmente previsto.
 
De acordo com o relatório, a revisão em baixa do crescimento da maior economia mundial para o próximo deve-se ao “ritmo excessivamente rápido da redução do défice orçamental”. Em Março deste ano, o Governo de Obama implementou cortes automáticos na despesa do estado, que ficaram conhecidos como “sequestro orçamental”, no valor de 63 mil milhões de euros.
 
Para este ano, o FMI manteve as projecções inalteradas, apontando para um crescimento de 1,9%, que já comtempla a redução de 1,75 pontos percentuais devido ao “sequestro”.
 
Quanto ao desemprego, o FMI aponta para uma taxa 7,5%. Porém, o número de pessoas sem emprego deverá começar a diminuir no final do ano e alcançar uma taxa de 7,2% em 2014.
 
O FMI revela também que a Reserva Federal norte-americana (Fed) deverá manter os estímulos monetários até ao final do ano, começando a reduzi-los no próximo. Porém a entidade dirigida por Christine Lagarde adverte que os Estados Unidos devem gerir “cautelosamente” a redução dos estímulos económicos, de maneira a não perturbar os mercados financeiros.
 
O documento aponta que abandonar uma política monetária com taxas de juro baixas e 85 mil milhões de euros mensais destinados à compra de obrigações será “desafiante”, mesmo que a Fed possua uma “gama variada de ferramentas” para retirar os estímulos.
 
“Uma comunicação eficaz na estratégia de saída e uma calibração cuidadosa do seu tempo será fundamental para reduzir o risco de movimentos bruscos e sustentar as taxas de juro a longo prazo e a sua excessiva volatilidade com a aproximação da saída”, refere o documento.
 
Tais movimentos podem ter “implicações adversas a nível global, incluindo uma inversão do fluxo de capital para os mercados emergentes e uma maior volatilidade no mercado financeiro internacional”, afirmam os técnicos do FMI no relatório.
 
O FMI aponta ainda que a “reacção exagerada” dos investidores face ao anúncio da possível retirada de estímulos por parte da Fed é também um risco para a expansão económica do país.
 
Outros “riscos” para a maior economia mundial que o Fundo aponta são o impacto da consolidação orçamental europeia e um possível reacendimento da crise da dívida soberana.