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11 fevereiro 2024 14h05

FMI: Economias do Médio Oriente aquém das projeções

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou este domingo que as economias do Médio Oriente estão a ficar aquém das projeções de crescimento devido aos cortes na produção de petróleo e ao conflito entre Israel e Gaza, apesar de as perspetivas económicas globais se manterem resistentes.

Apesar das incertezas, "a economia mundial tem-se mostrado surpreendentemente resistente", afirmou a diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, no Fórum Fiscal Árabe, no Dubai, alertando para o potencial impacto mais vasto nas economias regionais da continuação do conflito em Gaza.

Num relatório económico regional publicado no mês passado, o FMI reviu em baixa a sua previsão de crescimento do PIB para o Médio Oriente e Norte de África para 2,9% este ano, ficando aquém das projeções de outubro, devido em parte aos cortes na produção de petróleo a curto prazo e ao conflito em Gaza.

No mês passado, o FMI aumentou as suas previsões para o crescimento económico mundial, melhorando as perspetivas para os Estados Unidos e a China e citando um abrandamento da inflação mais rápido do que o previsto.

Georgieva afirmou que as economias vizinhas de Israel e dos territórios palestinianos viram o conflito pesar sobre as receitas do turismo, enquanto os ataques no Mar Vermelho pesaram sobre os custos do transporte de mercadorias a nível mundial.

Estes fatores agravaram "os desafios das economias que ainda estão a recuperar de choques anteriores", disse Georgieva no fórum à margem da Cimeira Mundial dos Governos, no Dubai.

Os houthis do Iémen, alinhados com o Irão, têm vindo a atacar navios comerciais com drones e mísseis no Mar Vermelho desde meados de novembro e afirmam que os seus ataques são uma forma de solidariedade para com os palestinianos, uma vez que Israel ataca os militantes do Hamas em Gaza. Mas os EUA e os seus aliados caracterizam-nos como indiscriminados e uma ameaça para o comércio mundial.

Vários transportadores mundiais têm desviado o tráfego para o Cabo da Boa Esperança, uma rota mais longa do que a que passa pelo Canal do Suez, no Egito.

O ministro das Finanças do Egito, Mohamed Maait, disse à Reuters, à margem da cimeira, que parte do impacto do desvio nas receitas do Canal do Suez poderia ser absorvido devido ao bom crescimento no "período anterior aos acontecimentos".

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