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02 fevereiro 2024 15h30

Fórum para a Competitividade vê como "inevitável" abrandamento da economia no 1.º trimestre

O Fórum para a Competividade acredita que será "inevitável" que o crescimento da economia no primeiro trimestre de 2024 sofra um forte abrandamento, dado o ritmo de crescimento do PIB registado no último trimestre do ano passado. 

Na nota de conjuntura divulgada esta sexta-feira, a organização defende que "ritmo de crescimento do 4.º trimestre foi de tal modo elevado, que seria insustentável, pelo que o abrandamento em 2024 seria quase inevitável".

O Fórum para a Competitividade prevê uma desaceleração do PIB  dos 2,3% de 2023 para um valor entre os 0,9% e 1,3% em 2024, ressalvando que é "provável que o segundo semestre seja mais dinâmico, com maior clareza sobre o cenário político e com o impacto das descidas de taxas de juro do BCE.

Para a organização liderada por Pedro Ferraz da Costa, a possibilidade de um cenário de instabilidade política pós-eleições poderá resultar em impactos negativos na atividade económica, quer "pelo adiamento de compras significativas por parte dos consumidores", quer pelo "congelamento dos projetos de investimento".

Contribuintes pagaram mais 7,5 mil milhões do que o suposto

A organização destaca também o excesso de receita fiscal arrecadado em 2023, com o Estado a receber mais 7,5 mil milhões de euros do que o orçamentado. Somando a isto um subinvestimento público de 2,5 mil milhões de euros, o saldo orçamental melhorou em 10 mil milhões de euros.

Na nota de conjuntura, lembram, enquanto recordam o excedente orçamental de 4,3 mil milhões de euros o histórico de subexecução do investimento público nos últimos anos, sublinhando que "é muito provável que tenhamos o mesmo efeito no 1.º semestre, quanto mais não seja pela mudança de Governo". 

"Em 2023, registou-se um excedente orçamental de 4.330 milhões de euros em contabilidade pública, cerca de 3% do PIB. A receita corrente acelerou para 11,1%, muito acima do esperado (6,0%), com a receita fiscal muito acima do orçamentado (11,8% vs 2,7%), tal como as contribuições para a segurança social (10,7% vs. 3,6%)", detalha a organização.

O Fórum para a Competitividade destaca o caso do investimento do SNS como o "mais grave" exemplo de falha de execução do investimento público previsto, tendo atingido apenas 44% do total do ano.

"A execução do investimento público atingiu apenas 74% da meta anual, permanecendo mais grave o caso do investimento no SNS, onde só foi executado 44% do total do ano", acrescenta a organização.