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França adia défice nos 3% por dois anos e avança com cortes de despesa e subida de impostos
Mais dois anos. Este foi o anúncio feito esta terça-feira pelo primeiro-ministro francês, Michel Barnier, no que respeita à meta de atingir um défice nos 3% do produto interno bruto (PIB).
Discursando no Parlamento, Barnier indicou que o seu "primeiro compromisso é baixar o défice dos 5% do PIB em 2025 e colocar o país de volta na trajetória para atingir os 3% em 2029, tal como nos comprometemos com os nossos parceiros europeus".
Anteriormente, Paris tinha apontado para que o saldo negativo das contas públicas ficasse nos 3% em 2027.
De seguida, Barnier elencou os "três remédios" para atingir este objetivo.
O primeiro, explicou, é "reduzir a despesa". E indicou que no próximo ano dois terços do esforço de recuperação resultará desta via. "Reduzir a despesa significa abandonarmos o 'dinheiro mágico', a ilusão de que tudo é gratuito e a tentação de subsidiar tudo", sublinhou.
Um segundo remédio, prosseguiu, é "a eficácia da despesa pública". "Muitas vezes os nossos cidadãos sentem que não recebem o que deviam face aos impostos que pagam. Iremos combater as duplicações, ineficiências, fraudes, abusos do sistema e rendimentos injustificados", assinalou.
Por fim, o terceiro remédio é de "ordem fiscal". "Os nossos impostos são dos mais elevados do mundo. As reduções fiscais que aplicámos nos últimos sete anos e as medidas durante a pandemia da covid-19 ajudaram muitos franceses e deram uma nova vida a muitas empresas", começou por dizer.
"Vamos pedir a participação na recuperação coletiva às grandes empresas que têm lucros significativos e pedir uma contribuição excecional aos franceses mais ricos para evitar estratégias de isenções fiscais dos maiores contribuintes", revelou.
Barnier disse ainda que o Governo vai combater de forma determinada a fraude fiscal e nas prestações sociais.