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09 maio 2013 22h53

Frasquilho duvida que países como Portugal estejam a ser bem ajudados

Miguel Frasquilho criticou a forma como o programa de ajustamento de Portugal está a ser implementado. "Tenho muitas dúvidas" que "os países que estão com dificuldades, que estão com programas de ajustamento" estejam "a ser ajudados da melhor forma", sublinhou o deputado e vice-presidente da bancada parlamentar do PSD no lançamento do seu livro "As raízes do mal, a troika e o futuro". Com quase todos os ministros social-democratas a assistir, Frasquilho pediu à Europa condições mais "realistas" para fazer o ajustamento das contas.O deputado considera que "têm de ser dadas todas as condições aos países sob programa e com problemas para que possam fazer o seu trabalho de casa em condições exequíveis, realistas, e também credíveis", porque, actualmente, o deputado diz ter "muitas dúvidas" de que países como Portugal estejam a ser bem ajudados. Essa falta de condições para fazer o ajustamento está já a ter reflexos em termos políticos."Há fenómenos a nível europeu que nos deviam deixar a pensar", afirmou Frasquilho, referindo-se à ascensão do Syriza na Grécia e à vitória de Beppe Grillo, um comediante "contra o sistema e contra os partidos políticos", que teve a maior votação individual nas legislativas italianas. "Estes dois fenómenos já deviam ter feito soar todas as campainhas de alarme em Bruxelas, porque isto que se passou na Grécia e em Itália pode claramente vir a acontecer noutros países", alertou.Para Miguel Frasquilho, a saída do euro não é uma opção – "não há saídas ordenadas" da moeda única, e se Portugal saísse, "regredíamos 50 anos". O que tem de acontecer é uma "mudança de orientações" a nível europeu. O deputado está confiante que isso vai acontecer: "ais perto do final do ano é possível que tenhamos melhores condições para cumprir o nosso programa". Não esclareceu se isso estaria relacionado com as eleições na Alemanha.Mini-Conselho de Ministros a verA plateia reuniu um vasto leque de deputados do PSD, como Teresa Leal Coelho ou Luís Montenegro, bem como ex-líderes, como Marcelo Rebelo de Sousa, que apresentou o livro, ou Marques Mendes. Mas também foi notória a presença de vários ministros ligados ao partido: Paula Teixeira da Cruz, Aguiar-Branco, Marques Guedes e o próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que escreveu o prefácio do livro. Na assistência estiveram também o ministro Álvaro Santos Pereira e o ex-ministro Miguel Relvas.Foram também muito notadas as ausências do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, bem como de ministros ou deputados ligados ao CDS.O livro do deputado foi escrito para celebrar dez anos de crónicas de Miguel Frasquilho no Negócios, onde é colunista desde que o jornal tem periodicidade diária.