O comissário europeu Paolo Gentiloni admite que eventuais novas tarifas decididas pela nova administração Trump a aplicar sobre produtos europeus possam ter um impacto negativo na economia europeia, sobretudo na Alemanha e Itália, mas indica que a Comissão Europeia está "preparada" para enfrentar a situação.
"As trocas comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) são muito importantes. Representam a mais importante ligação a conectar o mundo. Nunca subestimemos esta importância", afirmou Paolo Gentinoli.
O comissário europeu falava na conferência de imprensa para a apresentação das Previsões Económicas de Outono, divulgadas nesta sexta-feira, 15 de novembro, depois de ter sido questionado sobre de que forma é que a eleição de Donald Trump, no passado dia cinco, terá impacto na economia da UE.
As previsões de crescimento económico - que apontam para um crescimento da UE de apenas 0,9% este ano - têm vários riscos e estão rodeadas de incerteza, mas não consideram o impacto de novas tarifas norte-americadas sobre os produtos europeus, alertando apenas que esse é um risco (sem falar dos Estados Unidos) para o crescimento económico. Não só porque as estimativas só incluem informação e medidas decididas até ao final de outubro, mas também porque ainda não é certo que a nova administração Trump avance nesse sentido - ou como.
"É claro que sabemos que é um cenário possível e estamos a discuti-lo. Na minha opinião, é óbvio que pode ter repercussões, especialmente nos dois países com maiores excedentes comerciais com os Estados Unidos: a Alemanha e Itália", disse.
Estas são duas das maiores economias da UE, sendo que a Alemanha é considerada o motor da economia europeia - mas que tem perspetivas de crescimento económico debilitadas. A Alemanha deverá recuar 0,1% este ano, avançando 0,7% no próximo, estima agora a Comissão Europeia. Já Itália poderá crescer 0,7% este ano e 1% no próximo.
Ainda assim, e perante as questões colocadas pelos jornalistas sobre o impacto de novas tarifas, Paolo Gentiloni sinalizou que a Comissão Europeia está a trabalhar sobre o assunto.
"Estamos prontos para enfrentar estas questões. Deixo o privilégio dos detalhes aos nossos sucessores", afirmou.
