Voltar
29 novembro 2023 11h10

Governo já exibe na AR acordo com os médicos. Esquerda fala de "desrespeito" com os profissionais

Horas depois do acordo intercalar assinado entre o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Governo, o secretário de Estado da Saúde foi ao Parlamento defender o acordo como um passo que vai "valorizar os médicos" dentro de um "quadro de responsabilidade orçamental. Na oposição à esquerda, o Bloco de Esquerda critica a falta de resposta a problemas estruturais e o PCP fala de "desrespeito com os médicos".

O secretário de Estado, Ricardo Mestre, defendeu que o acordo assinado ontem com um dos sindicatos dos médicos (rejeitado pela Federação Nacional dos Médicos) foi feito para "melhorar a saúde dos portugueses, [...] qualificar o SNS" e "valorizar os médicos [...] num quadro de responsabilidade orçamental". O secretário de Estado não abordou a falta de acordo com a FNAM, limitando-se apenas a reiterar que o acordo com o SIM vai "valorizar o SNS".

As críticas ao acordo vieram apenas da ala esquerda do Parlamento. Por João Dias, o PCP descreveu o acordo como um "autêntico desrespeito para com os médicos" uma vez que prevê "mais sobrecarga horária, mais trabalho e a garantia de que os médicos não vejam mais alívio nas suas condições de trabalho".

O deputado comunista questionou também o Executivo sobre os motivos para rejeitar a dedicação exclusiva dos médicos com o SNS à semelhança do que o "privado já executa".

Isabel Pires, do Bloco de Esquerda, diz que o partido estranha que "o Governo continue a insistir numa narrativa de que agora resolveu todos os problemas do SNS", visto que o acordo "não resolve problemas estruturais".

"Conhecendo o problema das urgências ou o problema das horas extra, em que é que este acordo resolve o facto de o SNS estar neste momento excessivamente dependente de horas extra?", questionou a deputada bloquista.