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12 janeiro 2024 11h23

Houthis prometem continuar a atacar navios. Petróleo dispara mais de 3%

O foco de tensão no Mar Vermelho continua a centrar as atenções e está a gerar receios de um alastramento do conflito no Médio Oriente.  Depois de ontem os Estados Unidos e o Reino Unido terem lançado ataques aéreos contra posições dos rebeldes houthis no Iémen, o dirigente do grupo veio garantir que os ataques a navios ligados a Israel vão continuar.

Os rebeldes consideraram ainda que o ataque por parte dos EUA e do Reino Unido é injustificado, "uma vez que não houve ameaça à navegação internacional", classificando agora os dois países como alvos legítimos.

A ofensiva norte-americana ocorreu depois de o Irão ter anunciado a apreensão de um petroleiro que transportava crude oriundo do Iraque.

A crescente tensão está a aumentar o receio de um alastramento do conflito no Médio Oriente e a alimentar a subida dos preços do petróleo, uma vez que tal arriscaria uma disrupção na cadeia de abastecimento. Isto porque os maiores produtores de crude são precisamente desta região. 

O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, valoriza 3,78% para 74,74 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, soma 3,58% para 80,18 dólares por barril. É a primeira vez este ano que o Brent supera a fasquia dos 80 dólares.

As tensões no Médio Oriente estão a escalar desde 7 de outubro, quando o grupo radical Hamas atacou Israel. Desde então, o país liderado por Benjamin Natanyahu iniciou uma guerra contra a Faixa de Gaza, que está a ser alvo de bombardeamentos há mais de dois meses. 

Em meados de dezembro, os houthis, que têm o apoio do Irão, começaram os ataques a navios ligados a Israel na região do Mar Vermelho, assegurando que estes vão continuar até que Netanyahu coloque fim à agressão em Gaza.

A instabilidade na região, umas das mais importantes para o transporte de petróleo e outras matérias-primas, perturbou o tráfego marítimo, obrigando várias petrolíferas a adotarem rotas mais longas e, como consequência, mais caras. 

À Bloomberg, Warren Patterson, analista na ING Groep NV, diz que "a intensificação do conflito aumenta o potencial de disrupções e a necessidade de os navios se desviarem [daquela rota]". "Contudo, o grande risco para os preços é se este se alastra e começamos a ver ameaças ao fornecimento vindo do Golfo Pérsico", acrescentou.

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