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11 agosto 2022 09h00
Fonte: Jornal I

INE confirma inflação de 9,1%, a mais alta desde 1992

INE confirma inflação de 9,1%, a mais alta desde 1992
Preços continuam a subir em Portugal: Eletricidade, gás e alimentação cada vez mais caros.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quarta-feira o aumento da inflação para 9,1% em julho desde ano, um valor 0,4 pontos percentuais (p.p.) superior à observada no mês anterior e que é a mais elevada desde novembro de 1992.

Segundo o gabinete de estatística, o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também aumentou, tendo registado uma variação de 6,2%, também superior à de junho.

Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos situouse em 31,2% (0.5 p.p. inferior ao valor do mês precedente), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação de 13,2% (11,9% em junho).

Diz ainda o INE que o índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português apresentou uma variação homóloga de 9,4%, novo valor mais elevado registado desde o início da série do IHPC, em 1996. Esta taxa é superior em 0,4 p.p. à do mês anterior e superior em 0,5 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em junho, esta diferença tinha sido de 0,4 p.p.).

Mas, excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 6,9% emjulho (6,6% emjunho), superior à taxa correspondente para a área do Euro (estimada em 5,0%), mantendo o perfil marcadamente ascendente verificado nos últimos meses.

O IHPC registou uma variação mensal nula (1,1% no mês anterior e -0,4% em julho de 2021) e uma variação média dos últimos doze meses de 4,8% (4,1% no mês precedente).

O economista Paulo Rosa, do Banco Carregosa, já tinha garantido ao i que, neste momento "é fundamental travar esta inflação”, garantindo que "a inflação é a pior do que a recessão”. "E os bancos centrais, tais como BCE e Reserva Federal dos EUA, sabem-no e vão tentar travá-la ajustando a atual procura à menor oferta, continuando a subida dos juros”, explicou o economista.

Paulo Rosa defende ainda que a questão já não é saber se há ou não recessão, mas a sua dimensão (mais ou menos ligeira, mais ou menos cavada). Na realidade, quanto mais elevada persistir a inflação, mais cavada será a recessão. Pior do que uma recessão, é uma inflação constantemente elevada impulsionada pela dinâmica de alta dos preços e pelos vícios arraigados de subida de preços sem aumento de concorrência”.

Componentes que mais contribuíram foram energia e produtos alimentares não-transformados

É preciso travar esta inflação. A inflação é pior que a recessão diz economista