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15 outubro 2024 19h21

Itália prevê que bancos contribuam com 3 mil a 4 mil milhões para o orçamento

O Governo italiano pretende arrecadar entre 3.000 e 4.000 milhões de euros em contribuições dos bancos para financiar o Orçamento de 2025, anunciou esta terça-feira o vice-presidente, Antonio Tajani, no Conselho de Ministros.

Sem dar mais detalhes, Tajani afirmou que nos últimos dias tem sido feito um trabalho para fechar orçamentos com os quais o executivo quer reduzir o vasto défice de Itália.

O governante adiantou o executivo espera que os bancos aceitem o plano de contribuição fiscal, acrescentando que "não haverá novos impostos, isso é certo".

Tajani garantiu que também se pretende reduzir as despesas dos ministérios em até 5%.

O Conselho de Ministros de Giorgia Meloni reúne-se esta tarde às 20:00 locais (19:00 em Lisboa) para aprovar, entre outros assuntos, o projeto de lei do Orçamento para 2025 e o programa com as previsões macro para o próximo triénio.

O Governo de Itália espera atingir um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1% em 2024, embora o Banco Central Italiano preveja apenas um aumento de 0,8%.

Os elevados níveis de dívida e défice de Itália são motivo de preocupação para o ministro da Economia, Giancarlo Giorgetti, que quer dar maior credibilidade à Itália, reduzir o seu prémio de risco e introduzir medidas como uma maior contribuição do setor bancário.

Este é um tema complexo que o executivo italiano tentou adotar no ano passado, mas após o anúncio teve que recuar devido ao impacto que teve nos mercados e à queda da bolsa de Milão.

Giorgetti também estabelece a meta de reduzir a dívida para menos de 3% até 2026.

O Conselho de Ministros, que se reúne esta noite em Roma, vai debater a aprovação do plano orçamental, que deverá posteriormente ser enviado a Bruxelas para revisão e ratificação e depois aprovado antes do final do ano pelo Parlamento Europeu.

Giorgetti anunciou recentemente que iria pedir "sacrifícios a todos" para financiar o orçamento e também avançou a sua intenção de aplicar mais impostos aos lucros extraordinários das empresas, o que gerou atritos na coligação governamental.