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10 maio 2013 21h10

Jardim: Portugal "não precisa de meninos que nunca fizeram outra coisa da vida senão política"

"Entendo que hoje todo o espectro político do continente, da ponta direita à esquerda, deu o que tinha a dar. Precisamos de coisas novas em Portugal, partidos novos, organizações novas, gente com ideias novas e não meninos que nunca fizeram outra coisa da sua vida senão politica, gente que saiba o que é trabalho", disse Jardim.
 
O líder madeirense falava na visita que efectuou ao Enotel Quinta do Sol, no Funchal, uma unidade de quatro estrelas que está em funcionamento desde 1974 e que durante os últimos sete meses foi alvo de obras de recuperação.
 
O responsável insular declarou que "não deita a toalha ao chão", acrescentando ser preciso "continuar a lutar politicamente".
 
Apontando que a Madeira está disposta a ajudar nessa luta "para endireitar o país", tendo em conta a sua dimensão, pois "é muito pequenina", Jardim sustentou: "É preciso que as pessoas que vivem no continente, que até agora foram capazes de estabilizar uma democracia e fazer o país crescer não se deixem vencer neste momento".
 
"Não continuem a aceitar o que está errado. É preciso que as pessoas se mexam. É preciso que aconteça qualquer coisa", exortou.
 
O governante reafirmou discordar das políticas que estão a ser seguidas e que o maior problema neste momento é o aumento do emprego, argumentando que "os estados e as nações são feitos com pessoas, que têm família para alimentar, têm que dar educação aos filhos, que têm os seus encargos que têm de cumprir".
 
"Ora não se governa as sociedades e as nações pondo o acento tónico nos livros de contabilidade, fazendo dos livros de contabilidade a prioridade e dando prioridade ao défice, à dívida pública. Pelo contrário, a prioridade tem que ser dada ao emprego", sublinhou o responsável regional.
 
Segundo Jardim, "uma sociedade só progride quando há emprego", adiantando que "para isso é preciso que os governos não tenham estas políticas de austeridade ou restritivas".
 
Para Jardim, "é um autêntico suicídio pensar que se resolve um problema de défice orçamental sem aumentar a receita que permita cobrir esse défice. É uma autêntica loucura não perceber que um défice só é um problema quando cresce mais do que o Produto Interno Bruto".
 
Na opinião do chefe do executivo madeirense, os problemas não se resolvem se houver "submissão e for feita a vontade de países que não têm sensibilidade para perceber que as suas exigências estão a destruir a Europa".