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24 novembro 2022 09h25
Fonte: Jornal I

Juros. Taxa sobe e valor médio da prestação conta com “aumento significativo

Juros. Taxa sobe e valor médio da prestação conta com “aumento significativo
A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 1,328%, crescendo 18,4 p.b.

A taxa de juro implícita no conjunto dos contratos de crédito à habitação foi 1,328% em outubro, subindo 18,4 pontos base (p.b.) face a setembro (1,144%), revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE). E acrescenta que, nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu de 1,775% em setembro para 2,061% em outubro.

No mês em análise, o capital médio em dívida aumentou 424 euros, fixando-se em 61513 euros. Já a prestação média fixou-se em 279 euros em outubro, o que representa um crescimento de sete euros face a setembro e 28 euros (11,2%) comparativamente com outubro de 2021, enquanto nos contratos nos últimos três meses, o valor médio da prestação aumentou 18 euros, para 489 euros.

O gabinete de estatística destaca que a subida das taxas de juro nos últimos meses "tem levado ao aumento significativo do valor médio da prestação do crédito à habitação”, acrescentando que, em outubro, a prestação média para "aquisição de habitação” foi 18,7% superior à do mês homólogo, enquanto o IPC registou uma taxa de variação de 10,1%. Ainda assim, acrescenta, mais de 75% de contratos de crédito à habitação em vigor no passado mês de outubro, tinham uma prestação entre 100 e 400 euros mensais e apenas 5% tinham uma prestação superior a 630 euros.

Recorde-se que o aumento das taxas de juro que tem vindo a ser imposto pelo Banco Central Europeu (BCE) para conter a inflação, podem representar também um problema. Paulo Rosa, economista do Banco Carregosa, chegou a defender ao i que o crescimento é "penalizado sobretudo pelo gradual aumento da taxa de juro pelo BCE, tentando travar a elevada inflação, que agrava ainda mais o rendimento disponível das famílias, bastante castigado desde o início do ano pelos elevados preços dos bens e serviços”.

Também a OCDE alertou que "um aumento acentuado das taxas de juro pode comprometer a capacidade das famílias e das empresas para pagar as suas dívidas, conduzindo potencialmente a incumprimentos e falências, e a correções nos preços das casas”.