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Manuel Serrão: da Noite da Má Língua a "feirante de moda"
Manuel Serrão tornou-se conhecido do grande público, primeiro pela sua participação, na década de 90, no programa da SIC, "A Noite da Má-Língua" conduzido por Júlia Pinheiro, e posteriormente pela presença em programas desportivos, na qualidade de adepto do FC. Porto. A voz tonitruante e a forma rude como tratava os seus parceiros de programa de outros clubes, constituíam duas imagens de marca.
Na manhã desta terça-feira, 19 de março, regressou à ribalta mediática por razões menos boas, sendo um dos alvos de buscas por suspeitas de fraude com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência.
Na "Noite da Má Língua" partilhou os comentários com o jornalista Miguel Esteves Cardoso, o escritor Rui Zink e a atriz Rita Blanco. Já nos programas desportivos, ficaram para a história os seus confrontos verbais com Pedro Guerra, adepto do Benfica.
Nascido em 1959 no Porto, Manuel Serrão formou-se em Direito e iniciou-se nas lides jornalísticas em 1983, no O Comércio do Porto, onde chegou a editor da secção de desporto.
Ao fim de três anos abandonou os jornais e abraçou a atividade empresarial, ligando-se aos setores têxtil e da moda. Ainda assim manteve um prolixa atividade como cronista, colaborando com jornais como o Semanário, O Jogo, A Capital, o Jornal de Notícias e O Independente.
O empresário, que agora está a ser investigado pela justiça, chegou a ser vice-presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), função que desempenhou durante seis anos. Nesta qualidade passou a ser, a partir da terceira edição, responsável pela organização do festival de moda Portugal Fashion.
Ainda na área da moda e dos têxteis, segundo a Infopédia, "o antigo jornalista desempenhou as funções de consultor da Exponor para as feiras têxteis, de responsável executivo do salão têxtil Mod'tíssimo, de diretor do sítio portaldemoda.pt e de editor do Jornal Têxtil".
Numa entrevista ao site Viva Porto, o empresário classificou-se como o "feirante de moda mais antigo de Portugal". Porquê? "Porque já ando nisto há 30 anos. E não há ninguém em Portugal há 30 anos nisto. Vejo-me como uma pessoa que combina experiência, conhecimento. Eu não fiquei só aí. Não fiquei apenas pelos eventos de moda. Também estou presente em eventos ligados à gastronomia, vinhos. O que tem de bom na organização de eventos é que temos sempre uma data, vemos o nosso trabalho realizado. Gosto de ter um desafio pela frente, ter um prazo e cumpri-lo, ganhá-lo e que venha outro".