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Meloni diz que a Europa "precisa de olhar mais para a direita"
A primeira-ministra italiana de extrema direita, Giorgia Meloni, vencedora nas eleições europeias em Itália, disse esta segunda-feira, 10 de junho, que o resultado "obriga a Europa a olhar mais para a direita", a propósito dum possível novo mandato de Ursula von Der Leyen.
"Ainda é muito cedo para falar sobre isso [eleição de Ursula von Der Leyen para um eventual segundo mandado na Comissão Europeia]. Uma parte da maioria que apoiou Ursula (Populares, socialistas e liberais europeus) está a resistir, mas outros partidos que não fazem parte dessa maioria também estão a crescer bem", disse Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana, à estação de rádio RTL, citada pela agência de notícias espanhola Efe.
Giorgia Meloni considera que uma das conclusões das eleições na União Europeia é que "a resposta dos cidadãos impõe que a Europa olhe mais para a direita" e que "a Itália tem um papel fundamental" no bloco comunitário.
"Saímos das eleições como um governo absolutamente mais forte, na tendência oposta à dos restantes partidos na Europa", afirmou.
A primeira-ministra italiana não só venceu as eleições europeias com o seu partido Irmãos de Itália-Aliana Nacional (fundado em 2012), como, ao obter 28,8% dos votos, saiu reforçada em relação ao resultado das eleições gerais de setembro de 2022 (26%).
Por isso, garantiu a continuidade da coligação com que governa desde então, com a conservadora Forza Italia de Antonio Tajani, que obteve 9,6% um ano após a morte do seu histórico fundador, Silvio Berlusconi, e a ultradireitista Liga de Matteo Salvini (9,0%), relegada para quinto partido.
"Estou interessada em fazer a minha parte por uma Europa diferente da que conhecemos nos últimos anos, que faça coisas que muitas vezes não conseguiu fazer e que não se intrometa em assuntos que não são da sua competência, deixando as competências para os Estados nacionais. A Itália desempenhará um papel decisivo", prometeu Meloni, que moderou o seu discurso nos últimos anos.
Meloni, que pertence ao grupo Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), também reconheceu o "resultado muito importante" do outro grande líder da extrema-direita europeia, a francesa Marine Le Pen, parceira de Salvini no partido Identidade e Democracia Europeia (ID), mas não fez qualquer alusão a possíveis negociações, limitando-se a dizer que "o caminho que ela está a seguir é muito interessante".
O Partido Popular Europeu (PPE) venceu as eleições europeias que no domingo terminaram nos 27 Estados-membros, com 184 lugares, mais 47 do que os socialistas, revela uma nova estimativa do Parlamento Europeu.
Segundo a mais recente projeção, divulgada às 09:06 de Bruxelas (08:06 de Lisboa), o PPE (que integra PSD e CDS-PP) mantém-se como a principal força política europeia, seguido pelo grupo dos Socialistas e Democratas (S&D, inclui o PS), que conquistou 139 lugares e continua como segunda maior bancada.
Nesta projeção do hemiciclo, baseada nos resultados nacionais finais ou provisórios disponíveis, publicados depois de concluída a votação em todos os Estados-membros, com base na estrutura do parlamento cessante, o Renovar a Europa (que inclui Iniciativa Liberal) mantém-se no terceiro lugar, com 80 eleitos.
O grupo de direita dos Conservadores e Reformistas (ECR) consegue 73.
A extrema-direita do Identidade e Democracia (ID, que inclui Chega) conquista 58 eurodeputados, enquanto os Verdes (que inclui Livre e PAN) obtêm 52 lugares.
A Esquerda Europeia (que integra PCP e Bloco de Esquerda) terá conseguido 36 lugares.
No total, cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da UE foram chamados, entre 6 e 9 de junho, a escolher a composição do próximo Parlamento Europeu, elegendo 720 eurodeputados, mais 15 que na legislatura anterior, elegendo Portugal 21 representantes.