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11 março 2024 11h17

No arranque do Ramadão, Biden avisa Netanyahu que ataque a Rafah é "linha vermelha"

O Ramadão chega sem acordo de cessar-fogo no conflito na Faixa de Gaza. O Presidente norte-americano, Joe Biden, queria que o início da festa muçulmana, que arrancou ao cair da tarde deste domingo, marcasse também uma pausa de seis semanas nos bombardeamentos de Israel, face à crise humanitária que se vive entre a população palestiniana encurralada no enclave.

Contudo, o grupo armado Hamas e os representantes israelitas não chegaram a acordo, em relação à libertação de reféns do ataque de 7 de outubro e de presos palestinianos e, agora, o governo de Bejamin Netanyahu prepara-se para atacar Rafah, no sul de Gaza, onde milhares de civis palestinianos se encontra refugiados e onde, dizem as forças armadas de Israel, mais de 5.000 ativos do Hamas se esconderão.

Caso a ofensiva prossiga, poderá provocar um acentuado agravamento da situação humanitária em Gaza. Vários líderes mundiais - e a população civil através de diversas manifestações - têm apelado a um cessar-fogo permanente e o escalar da situação está a azedar as relações de Israel com o seu principal aliado, os Estados Unidos.

Apesar de Joe Biden continuar a permitir o envio de verbas e equipamentos militares para Israel, o Presidente norte-americano tem também apelado à proteção dos civis palestinianos e facilitado o envio de ajuda humanitária para Gaza.

No sábado, em entrevista à MSNBC, Biden mostrou-se crítico da atuação de Netanyahu afirmando que "prejudicava mais do que ajudava Israel." O líder norte-americano reforçou que o primeiro-ministro israelita "tem de tomar mais atenção à perda de vidas inocentes em consequência das ações tomadas", reforçou que se mostra confiante num acordo de cessar-fogo e definiu que um possível ataque a Rafah seria "uma linha vermelha".

Em resposta, no domingo, Netanyahu, em entrevista ao Político, referiu que a sua linha vermelha era "garantir que um ataque como o de 7 de outubro não volta a acontecer". Se Biden "considera que eu estou a prejudicar Israel ou a ir contra a vontade da maioria dos israelitas, ele está enganado", sublinhou.

O conflito iniciado em outubro com o ataque do Hamas - no qual cerca de 1.200 israelitas foram mortos - está prestes a entrar no sexto mês. A ofensiva do exército de Israel em Gaza já terá provocado a morte de mais de 30 mil palestinianos, a maioria dos quais mulheres e crianças.