Voltar
31 maio 2013 16h30

OPEP mantém quotas de produção inalteradas para manter petróleo acima dos 100 dólares

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu, esta sexta-feira, pela terceira vez consecutiva, manter as quotas de produção de crude inalteradas.
 
A OPEP vai manter, assim, uma produção diária na ordem dos 30 milhões de barris, uma quota que permite manter os preços ligeiramente acima dos 100 dólares por barril. Este preço, apesar de não ser um objectivo formal da organização, agrada à maioria dos 12 membros que a compõem.
 
“Existe um consenso entre a Arábia Saudita e os seus aliados de que 100 dólares por barril é um bom preço”, indica Abishek Deshpande, analista na Natixis à Bloomberg. “Se a oferta em excesso da OPEP começar a ter um impacto negativo no preço do petróleo, é de esperar que a Arábia Saudita reduza a produção por iniciativa própria para suportar os preços”, acrescenta o analista.
 
A quota de produção foi introduzida em Dezembro de 2011 e desde então a média diária tem variado entre os 30,6 e os 32,4 milhões de barris, de acordo com os dados compilados pela Bloomberg.
 
A organização, que controla cerca de 40% da produção mundial do “ouro negro”, volta a reunir-se a 4 de Dezembro, onde poderá rever as quotas de produção, apontando um novo valor mais baixo.
 
As reservas de crude têm vindo a aumentar e a quebra da indústria europeia, bem como da chinesa, que é o segundo principal consumidor de petróleo depois dos Estados Unidos, podem levar a OPEP a rever no final do ano as quotas de produção, assim apontam os analistas.
 
“Precisam de reduzir [a produção] devido ao aumento das reservas e à diminuição da procura. Contudo, adiaram o problema até Dezembro”, afirma John Kilduff, sócio da Again Capital, uma gestora de “hedge funds” especializada em energia.
 
Petróleo em queda pressionado pela decisão da OPEP
 
O petróleo segue a negociar no vermelho, pressionado pela decisão dos países produtores, mas também devido ao aumento das reservas norte americanas de crude na última semana.
 
Dados revelados esta quinta-feira pelo Departamento de Energia indicam que as reservas aumentaram em três milhões de barris na última semana, para um total de 397,6 milhões, o valor mais elevado dos últimos 82 anos.
 
Em Nova Iorque, o West Texas Intermediate desvaloriza 0,94% para 92,73 dólares por barril. Já em Londres, o Brent, que serve de referência às importações nacionais, perde 0,89% para 101,28 dólares.