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23 agosto 2024 11h43

Peso do endividamento privado cai, mas sobe no sector público

O endividamento da economia, excluindo o sector financeiro, subiu no primeiro semestre em 15,6 mil milhões de euros, com a evolução do PIB neste período a permitir ainda assim uma descida significativa  do peso do endividamento entre o sector privado, mas não no setor público, onde o rácio da dívida voltou a subir.

Os novos dados do Banco de Portugal (BdP) para o endividamento do sector não financeiro, publicados nesta sexta-feira, indicam que no final do primeiro semestre a dívida da economia atingia 811,3 mil milhões de euros.

Para o aumento nominal da dívida contribuiu largamente o sector público - incluindo não só as administrações públicas, como também as empresas públicas -, cujo endividamento aumentou em 13,7 mil milhões de euros.

Já no setor privado, o primeiro semestre trouxe um aumento de 1,9 mil milhões de euros de endividamento entre os particulares, com o stock de dívida das empresas a manter-se praticamente inalterado.

Em junho, o endividamento dos particulares acelerou, para uma taxa de crescimento anual de 1,2% (0,9% em maio), sendo que o ritmo de aumento de endividamento das empresas estabilizou nos 2,8%, indica o BdP, fazendo notar que em ambos os setores, a taxa de variação anual do endividamento tem observado uma tendência de crescimento desde o final de 2023.

Ainda assim, devido à subida nominal do PIB ao longo do primeiro semestre, acima do aumento da dívida, o sector privado consegue reduzir o peso da dívida neste período, de 166,7% para 162,2% do PIB.

o sector público viu subir o peso do endividamento de 133,02% para 133,91% do PIB. No final do segundo trimestre, recorde-se, o peso da dívida das administrações públicas em percentagem do PIB, avaliada à luz das regras de contabilização que contam para Bruxelas, subiu aos 101,5% do PIB, voltando a aumentar face aos 99,1% do PIB alcançados no final do ano passado.

No conjunto do sector não financeiro, ao longo do primeiro semestre peso do endividamento face ao PIB anual desceu de 299,7% para 296,1% do PIB.