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26 setembro 2024 11h56

PIB da Alemanha deverá cair mais 0,1% em 2024

O Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha deverá cair mais 0,1% em 2024, segundo estimativas publicadas esta quinta-feira pelos principais institutos de investigação económica alemães, à medida que o país não consegue sair da crise do seu modelo industrial.

"Além da fraqueza cíclica, as mudanças estruturais também estão a pesar sobre a economia alemã", afirmou Geraldine Dany-Knedlik, do DIW de Berlim, num comunicado de imprensa.

O PIB alemão já registou uma queda de 0,3% em 2023.

Em comparação com a sua última previsão na primavera, isto representa uma revisão em baixa de 0,2 pontos percentuais para 2024 e de 0,6 pontos percentuais para 2025.

Por conseguinte, é provável que a economia alemã registe uma contração por dois anos consecutivos.

Embora se espere uma recuperação no final deste ano, o crescimento não voltará ao ritmo anterior à pandemia, segundo o grupo de cinco institutos (DIW, Ifo, IfW Kiel, IWH e RWI).

Para os dois anos seguintes, os institutos preveem uma recuperação fraca, com aumentos de 0,8% em 2025 e de 1,3% em 2026.

Neste outono, o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, deverá ajustar a sua previsão de crescimento para 2024, atualmente de 0,3%.

A economia alemã beneficiou durante muito tempo de energia barata, graças aos acordos de fornecimento de gás russo com Moscovo, e de exportações dinâmicas, nomeadamente para a China.

Estes dois modelos estão atualmente em crise, em parte devido à guerra na Ucrânia e em parte devido à fraca procura global e ao colapso da economia mundial.

No mercado de trabalho, o desemprego subiu ligeiramente para 6% da população ativa no final de agosto, em valores não ajustados, enquanto as falências e os planos de redução de efetivos atingiram várias empresas do país.

Esta situação está a preocupar os consumidores, que estão mais inclinados a poupar por precaução do que a gastar os seus rendimentos, o que pesará na recuperação económica.

As preocupações estão a ser alimentadas, em particular, pela crise na indústria automóvel, onde as negociações cruciais para o futuro da Volkswagen, o principal fabricante europeu, que ameaça fechar fábricas na Alemanha e cortar milhares de empregos, começaram na quarta-feira.

Gradualmente, o consumo privado, apoiado pelo aumento dos rendimentos reais -- devido à queda da inflação e ao aumento dos salários -- e a recuperação dos principais mercados europeus deverão estimular a economia alemã.