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20 maio 2022 00h00

Portugal coloca dívida a taxas mais altas

Portugal coloca dívida a taxas mais altas
Portugal fez duas emissões de dívida de curto prazo, tendo colocado um total de 1,5 mil milhões de euros. Os bilhetes do tesouro a seis meses ascenderam a 625 milhões de euros ea 12 meses a 875 milhões. Face ao último leilão comparável, assistiu-se a uma subida nas taxas.

A seis meses, a taxa foi negativa em 0,179%, sendo que a oferta foi 2,32 vezes a oferta. A 12 meses, a taxa foi já positiva, em 0,236%, com a procura a superar 1,65 vezes a oferta. Filipe Silva, do Banco Carregosa, comenta: "As subidas dos prémios de risco a que se tem assistido nas últimas semanas, tanto na dívida soberana como na dívida das empresas, são fruto das condicionantes atuais e que muita pressão têm colocado sobre os bancos centrais. O conflito na Ucrânia prolongou, e até agravou, o tema da inflação, que continua sem dar grandes tréguas.” Entretanto, os bancos centrais, depois de anunciarem a retirada de estímulos, iniciaram um ciclo de subida das taxas.

Neste contexto, Filipe Silva adianta que, com uma presença menos ativa do BCE do lado comprador, "era expectável que as taxas subissem, o ritmo é que está a ser mais rápido do que se esperava e, quando tal acontece, o mercado ajusta fortemente até atingir novo ponto de equilíbrio”. As taxas negativas estão a chegar ao fim, o que não é necessariamente negativo. "Portugal precisa de gerir de forma mais cautelosa o novo custo que começa a ter para a dívida, para que tal não se torne num problema a prazo.”